01/03/2024

'SEMPRE ME CONSIDEREI PARDO' - DIZ ESTUDANTE APROVADO EM MEDICINA NA USP APÓS BANCA NEGAR SUA MATRÍCULA

Aprovado em Medicina na USP tem matrícula negada após decisão de banca: 'Sempre me considerei pardo'

Um estudante aprovado em Medicina na Universidade de São Paulo (USP) teve a sua matrícula negada após a comissão de heteroidentificação da instituição de ensino não aceitar a autodeclaração racial do jovem que se identificou como pardo. O documento é solicitado para candidatos que se autodeclaram negros, de cor preta ou parda, ou indígenas. Enquanto participava da recepção com os calouros no dia 26 de fevereiro, ele recebeu um email sobre a negativa.

Alisson dos Santos Rodrigues, de 18 anos, participou do Provão Paulista, novo vestibular unificado das instituições públicas de ensino superior de São Paulo criado no ano passado. Foi aprovado na USP dentro das vagas PPI (para pretos, pardos e indígenas). Após a convocação na primeira chamada, precisou encaminhar documentos para comprovar que se enquadrava na política de cotas, entre eles a autodeclaração de raça.

O caso foi revelado pela Folha de S. Paulo e confirmado pelo Estadão.

'Sempre me considerei pardo'

"Eu fiquei muito feliz quando soube que fui aprovado na primeira chamada da USP, por meio do Provão Paulista. Chorei bastante e minha família ficou emocionada. Espero que tudo seja resolvido e dê certo. Eu realmente sou quem eu falo ser. Sempre me considerei pardo", afirma o estudante.

A tia do estudante Laise Mendes dos Santos, de 35 anos, tem acompanhado de perto todo o processo do sobrinho. Ela explica que ele seguiu todos os critérios estabelecidos pela USP.

"O meu sobrinho enviou os documentos com fotos, conforme a USP solicitou na pré-matrícula, no fim de janeiro. Posteriormente, recebeu um email que a comissão não havia confirmado sua autodeclaração de raça e foi convocado para uma reunião virtual, onde fariam uma nova avaliação."

De acordo com ela, a chamada de vídeo foi agendada para o dia 8 de fevereiro. "Estava marcada para 17 horas, mas só ligaram às 19 horas. Como já estava noite, pediram até para ele abrir a janela para melhorar a iluminação do ambiente. No vídeo, ele apenas leu a sua autodeclaração, mas não fizeram nenhum questionamento pelo motivo dele se considerar pardo", afirmou Laise.

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