22/03/2024

O FUNDO DA AMAZÔNIA DE LULA NÃO TERÁ DOAÇÃO DA FRANÇA DE MACRON

Governo da França indica que não doará ao Fundo Amazônia

O governo da França indicou a interlocutores do Brasil que não pretende concretizar agora o plano de doar dinheiro ao Fundo Amazônia, frustrando uma expectativa do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Às vésperas da chegada do presidente Emmanuel Macron ao país, uma fonte da diplomacia francesa afirmou nesta quinta-feira (21) que não há certeza sobre a adesão ao fundo e sinalizou que os investimentos a serem anunciados pelos dois presidentes em Belém (PA), com dinheiro público e privado, serão uma espécie de coalizão de recursos voltados a iniciativas específicas, algumas já em andamento.

Paris também confirmou que, em 2025, Macron viajará pela terceira vez ao Brasil, a fim de participar da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), a ser realizada na capital paraense. Depois da visita de Estado de três dias, agendada para a próxima semana, Macron voltará ao Brasil neste ano para a Cúpula de Líderes do G-20, em novembro, no Rio de Janeiro.

Uma eventual contribuição francesa ao Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES, havia sido anunciada em fevereiro de 2023, pela então chanceler francesa, Catherine Colonna. Em viagem a Brasília, ela disse que a França estudava a possibilidade de uma contribuição bilateral, assim como a União Europeia avaliava fazer uma doação ao fundo. Na ocasião, a visita de Estado já estava em preparação entre os governos Lula e Macron, mas acabou adiada.

Em novembro do ano passado, o embaixador da França em Brasília, Emmanuel Lenain, levantou dúvidas sobre a concretização da doação ao fundo. Atualmente, o mecanismo já foi abastecido com R$ 3,5 bilhões – os doadores, em ordem de grandeza, são Noruega, Alemanha, Suíça, Petrobras e Estados Unidos. Há ainda valores já contratados junto ao Reino Unido e uma promessa de contribuição da União Europeia.

A cinco dias do desembarque de Macron, um diplomata francês que acompanha de perto as negociações diz mais uma vez “não ter certeza” de que a França fará uma contribuição ao Fundo Amazônia.

A França afirma que avalia criar com o Brasil um instituto para biodiversidade e sinaliza que prefere continuar a usar mecanismos já existentes, em projetos específicos voltados ao clima e meio ambiente, abastecidos com dinheiro da Agência Francesa para o Desenvolvimento (AFD). A agência tem projetos em curso com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e com o Banco da Amazônia, por exemplo.

EMMANUEL MACRON NO BRASIL:
26 de março 3 – Belém (PA);

27 de março – Itaguaí (RJ) e São Paulo (SP);

28 de março – Brasília (DF).

AE

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