17/09/2023

'CRISE TRABALHISTA' - DIREÇÃO DO ABC ACREDITA PODER RESOLVER

Direção acredita que pode resolver “crise trabalhista”

Com a situação do clube dentro das quatro linhas indo de mal a pior a cada nova rodada da Série B, o rebaixamento matemático do ABC já é quase uma realidade, mas a diretoria promete um panorama diferente de anos anteriores, quando além de sofrer a queda, o clube chegou na Série C com as finanças esfaceladas. O trabalho realizado nos bastidores, com a diretoria atacando as principais dívidas, tendo como foco principal as ações trabalhistas, segundo Ricardo Furtado, vice-presidente administrativo do Alvinegro, visam dar condições a diretoria de realizar um novo planejamento visando a luta por novos acessos dentro do Brasileirão.

Um dos maiores problemas da administração de Bira Marques à frente do ABC, foram justamente as questões trabalhistas, cujos bloqueios de verbas solicitados pela Justiça, atrapalhavam o andamento de qualquer planejamento financeiro realizado pelo clube. As frequentes ações de bloqueio de tão grave foram denominadas pelos administradores do clube, como uma espécie de intervenção.

A situação obrigou a administração Bira Marques adotar a política dos pés no chão, então, por maior que fosse a necessidade de reforçar a equipe na disputa da Série B, a diretoria não se permitia ultrapassar o limite salarial definido, com a finalidade de não perder a capacidade de pagar todos os acertos realizados e evitar o aumento do bolo da dívida trabalhista, que hoje se encontra no patamar de R$ 5.367.810,70.

Tendo dado como garantia para pagamento aos ex-funcionários o estádio Frasqueirão, o clube vem acompanhando de perto a situação, a ponto de transferir mensalmente dos valores repassados pela CBF e da Timemania a quantia de 140 mil visando abater o tamanho de suas dívidas, mas já prepara um plano para reduzir de forma brusca a quantia devida.

Quando se debruçou para estudar a questão, o integrante do departamento jurídico alvinegro encontrou 165 processos de ex-atletas e colaboradores contra o clube e agora restam 48, sendo 4 em execução e outras 17 ações se encontram em fase de quitação. A dívida, que chegou a ser de R$ 14 milhões, hoje já está na casa dos R$ 5 milhões.

“No final do ano passado foi proposto ao juiz Cássio Oliveira da Caex, liquidar os dois acordos feitos pelo ABC na Cejusc, com o deságio de 30%. A justiça do Trabalho aceitou e praticamente todos foram de acordo, apenas um Nem, que atuou no clube em 2015, não aceitou a proposta entre os 46 credores. A dívida dele acaba em novembro de 2024 e todo mês o clube repassa um pouco mais de R$ 3 mil ao ex-atleta. Foram liquidados os dois acordos através de um esforço grande e boa parte das premiações recebidas pelo ABC foram usadas para limpar essas dívidas. Nós baixamos a dívida que era de R$ 14 milhões para casa dos R$ 5 milhões hoje”, explicou Furtado.

O dirigente abecedista ressalta que o pagamento só foi realizado devido aos acordos firmados ainda em 2019 pelo então presidente Fernando Suassuna. “A dívida trabalhista em 2019 foi dividida em dois acordos, um de 48 parcelas e outro em 60. Suassuna negociou pagar as parcelas com o crédito da Timemania, que todo mês girava em torno de 200 mil. O que sobrava ficava na Caex para criar um fundo de prevenção e afastar qualquer ameaça de penhora sobre o estádio Frasqueirão. O Ato foi fundamental para o ABC ter uma perspectiva de liquidar essas dívidas, que na época giravam em torno de R$ 14 milhões”.

A diretoria abecdista estava ciente dos riscos que o patrimônio do clube passariam a correr, caso a questão das dívidas com a Justiça do trabalho continuassem sendo empurradas com a barriga e para não mexer num palmo de terra pertencente ao clube, o presidente Bira Marques optou por avançar sobre a dívida e se prepara para quitar mais ações durante a Semana de Execução Trabalhista, que vai ocorrer no período de 18 a 22 de setembro, o que irá reduzir ainda mais o débito do clube. A ideia é deixar o lado financeiro enxuto para a grande reformulação no departamento de futebol que o ABC está preparando para temporada de 2024. O vice-presidente alvinegro, Fred Menezes, antecipou que será uma profunda modificação e para tanto, o clube terá de estar com o caixa livre das ameaças de bloqueios.

“Vamos começar tudo do zero. A intenção é iniciar um trabalho tão vitorioso quanto o de 2022, fazendo o ABC brigar pelo novo acesso para a Série B. Este ano, devido a uma série de situações que não estavam previstas, não conseguimos tirar do papel aquilo que havíamos planejado, mas na próxima temporada isso vai ser diferente. Decidimos atacar todos os gargalos que atrapalhavam o crescimento do clube e, por isso, adotamos uma política rígida de controle de gastos”, frisou Fred Menezes.

Número

14 milhões era a dívida do ABC com processos trabalhistas, segundo a atual diretoria do Alvinegro.

TN

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