ABC tem metas difíceis a cumprir na Série B
A fama de alquimista do treinador Allan Aal começou a aparecer no ABC logo na estreia do profissional, que conseguiu levar o clube que não vencia desde o dia 9 de abril e há onze jogos, a interromper uma fase de baixa, batendo a Tombense-MG por 1 a 0, no Frasqueirão. O resultado ainda não foi suficiente e para tirar a equipe potiguar da última colocação na Série B, apenas irá garantir um ânimo a mais e tranquilidade ao grupo que já volta as suas atenções para o confronto diante do Sport, na Ilha do Retiro-PE. Com quatro pontos conquistados, a meta é somar mais 41 para se manter na segundona na próxima temporada.
Atingindo um patamar de 16% dos pontos disputados, com a soma dos primeiros três pontos na competição, o trabalho da nova comissão técnica dentro da busca pela salvação ainda será longo. A pior largada na competição já realizada pelo clube potiguar, deixou a situação do novo treinador bem complicada. Para atingir a pontuação que historicamente salva um clube do rebaixamento, o ABC terá de bater um aproveitamento de 45,5% até a 38ª rodada. Em termos práticos isso indica a obrigação de a equipe conquistar quase metade dos 90 pontos que ainda tem por jogar.
Dentro das quatro linhas e no futebol, o torcedor brasileiro sabe bem que nada é impossível enquanto houver uma chance por menor que seja, mas o sonho de acesso do Alvinegro para divisão de elite, segundo apenas a frieza dos números, está praticamente encerrado. Essa probabilidade sequer é mencionada pelo site de estatísticas do futebol Chance de Gol, que aponta os potiguares apenas na probabilidade de rebaixamento, onde o risco calculado é de 72.1% o maior dentre todos os participantes.
Como não leva em consideração o peso das camisas e retrata apenas os momentos vividos pelos participantes a fim de determinar as chances que eles possuem. Os matemáticos não acreditam que o ABC será capaz de obter 58 pontos e abocanhar a quarta e última vaga de acesso,que no ano passado ficou com o Vasco ao atingir essa pontuação.
Neste caso específico, tomando como base apenas a disputa de 2022, que reuniu Cruzeiro, Grêmio, Bahia e Vasco, o clube potiguar teria de saltar do atual patamar de 16% para a base de 64,4% de aproveitamento. O tamanho da tarefa é imenso para um "alquimista", pois para atingir o patamar apontado, levando apenas a maior quantidade de pontos que pode ser conquistada numa partida, Allan Aal teria de obter outras 21 vitórias. Neste caso ele entraria definitivamente para história do futebol local, ao comandar a maior virada de um clube potiguar dentro de uma competição nacional.
A realidade dos números, neste recorte, vem servindo para dar um grande choque de realidade nos alvinegros, emitindo sinais claros de que antes de mais nada, a não ser um golpe de sorte muito grande, os clubes que desejam lutar pelo acesso na Série B são obrigados a fazer um planejamento rigoroso, priorizando competições ou dotando os elencos de um número suficiente de atletas para o treinador realizar um rodízio entre os titulares.
Até a partida diante do Sport, a terceira no Recife só na atual temporada, o treinador Allan Aal salienta que vai trabalhar para melhorar a parte física do grupo, que vem sofrendo com um grande número de problemas musculares, bem como buscar melhorar o nível das trocas de passes, que vem se mostrando um problema crônico dentro do atual elenco. Nas duas vezes que encarou o Leão, na Ilha do Retiro, pela Copa do Nordeste, os pernambucanos venceram.
Com mais de 100 jogos pela Série B e um acesso no currículo (com o Cuiabá, na edição de 2020), Allan Aal projeta o futuro do ABC no campeonato e espera trazer um bom resultado da Ilha do Retiro.
“A vitória sobre o Tombense foi muito celebrada na terça-feira, mas o nosso foco já está na sequência do torneio. A Série B é uma competição dinâmica e precisamos nos adaptar a diferentes cenários. Agora é o momento de avaliar o que deu certo, aquilo que pode ser melhorado, e alinhar a melhor estratégia para a partida com o Sport. Vamos enfrentar um adversário que passou mais de 30 jogos sem perder em casa, e estamos cientes do tamanho do desafio”, concluiu.
O novo comandante aponta que a Série B de 2023 não é tão técnica quanto a do ano passado, ressaltando que o confronto físico entre as equipes está mais acirrado e que o ABC necessita estar preparado para disputar esse tipo de competição. O nível de entrega do grupo, foi bastante elogiado pelo treinador, que deseja ver ele se repetido no próximo compromisso, acrescido de um pouco mais de tranquilidade nos momentos de se tomar as decisões dentro de campo.
"Eu gosto de um jogo de aproximação, de intensidade, de profundidade e com reação rápida no momento em que o adversário toma o controle da bola. Acredito que parte disso a equipe já conseguiu mostrar diante da Tombense, sabemos que temos uma margem grande para evoluir ainda, vamos evoluir, sair dessa situação e, quem sabe, brigar por algo a mais dentro do Brasileiro", ressaltou Allan Aal.
TN
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