10/01/2023

'MEU LUGAR PERTENCE AO PRESIDENTE' - DIZ MINISTRO DA DEFESA APÓS PRESSÃO PARA DEIXAR O CARGO

Ministro da Defesa admite pressão para sair do cargo: “Meu lugar pertence ao presidente”

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, admitiu nesta segunda-feira (9) que sofre pressão para deixar o cargo. “Meu lugar pertence ao presidente da República”, afirmou o ministro da Defesa ao jornal O Estado de S. Paulo. “Eu estar aqui, ou não, não interfere na nossa relação de amizade, bem querer e admiração”, destacou o ministro.

Múcio passou a ser pressionado especialmente depois da invasão de radicais bolsonaristas às sedes dos Poderes em Brasília neste domingo (8). O argumento de conselheiros do presidente Lula (PT) é o de que Múcio não tem ascendência sobre as Forças Armadas e, além de tudo, tenta agradar a militares que protegem defensores de golpe.

Declarações dadas pelo titular da Defesa, seis dias antes dos atos de vandalismo, em Brasília, serviram como combustível para uma ala do PT aumentar a pressão contra ele. Na ocasião, Múcio disse que manifestações em frente aos quartéis faziam parte da democracia e deveriam se “esvair” aos poucos, sem repressão.

Em conversas reservadas, parlamentares do PT e de outros partidos aliados afirmam que Lula deveria substituir Múcio por Nelson Jobim ou mesmo por Jaques Wagner, hoje líder do governo no Senado. Os dois foram ministros da Defesa em gestões passadas do PT. Múcio, por sua vez, foi titular da Secretaria de Relações Institucionais de 2007 a 2009, no segundo governo Lula, e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).

Nos bastidores, dirigentes do PT mostram inconformismo com o que chamam de “ingenuidade” de Múcio e do ministro da Justiça, Flávio Dino, que confiaram no governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O governador disse aos ministros que tudo estava sob controle. À noite, após o caos instalado na capital da República, gravou um vídeo pedindo desculpas a Lula.

A ausência do Batalhão da Guarda Presidencial durante os atos de vandalismo no Planalto também causou estranheza no governo. Durante os governos Dilma Rousseff e Michel Temer, essa tropa de choque – que tem entre suas principais funções guardar as instalações do Planalto e do Comando do Exército – foi convocada em mais de uma ocasião para proteger o patrimônio público de ameaças de invasões.

Neste domingo, porém, só entrou em cena depois que as depredações já haviam ocorrido. E, mesmo assim, com contingente reduzido.

Com informações da 98 FM

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