23/01/2023

EXPECTATIVA: PF OUVIRÁ EX-SECRETÁRIO DO DF, ANDERSON TORRES, NESTA SEGUNDA-FEIRA (23)

Torres será ouvido hoje novamente pela PF e expectativa é grande

A expectativa é alta diante do novo depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres.

Detido no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, desde que desembarcou dos Estados Unidos, em 14 de janeiro, ele será ouvido pela Polícia Federal (PF), às 10h30, desta segunda-feira (23/1).

Torres foi exonerado do GDF em 8 de janeiro após os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

De todos os alvos no novo inquérito dos atos antidemocráticos, aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Torres é o único que ainda não se pronunciou.

Além do ex-ministro, Ibaneis Rocha (MDB); o ex-secretário de Segurança pública em exercício, Fernando de Sousa Oliveira; e o ex-comandante da Polícia Militar do DF (PMDF), Fábio Augusto Vieira também são alvos dentro das investigações.

Na última quarta (18/1), Torres permaneceu em silêncio durante o depoimento que prestou à PF.

O Metrópoles separou os principais pontos que o ex-ministro deve responder durante sua fala à PF.

Titular da SSP-DF no dia em que terroristas destruíram as sedes dos Três Poderes, o ex-secretário-executivo da pasta Fernando de Sousa Oliveira afirmou, em depoimento à PF, que Anderson Torres, então titular da pasta, aprovou o chamado Plano de Ações Integradas (PAI)para as manifestações de 8 de janeiro.

Conforme explicou o ex-secretário-executivo, o PAI é um documento estratégico que define as ações de cada força e o tamanho do efetivo policial. Com isso, o uso de equipamentos e recursos é definido por cada corporação. Fernando foi exonerado pelo interventor do DF, Ricardo Capelli, nos dias que se seguiram aos atos terroristas.

Sousa Oliveira acrescentou também que, antes de viajar para os Estados Unidos, Anderson Torres não deixou nenhuma diretriz específica e sequer o apresentou aos comandantes das forças policiais ou ao governador afastado do DF, Ibaneis Rocha.

O secretário de Segurança Pública interino destacou, ainda, que, nos grupos de troca de informações das autoridades do DF, não recebeu notícias de radicais e que os termos usados eram “ânimos pacíficos”, “normalidade” e “policiamento reforçado”. Isso o teria levado a pensar que tudo estava sob controle no início da tarde.

Fernando de Sousa Oliveira mandou um áudio para Ibaneis afirmando que tudo estava “tranquilo,ordeiro e pacífico”.

Sobre as acusações de sabotagem na Secretaria de Segurança Pública, Fernando disse que teria acontecido um erro na execução do plano por parte da Polícia Militar do DF.

Preso em 11 de janeiro por determinação do ministro Alexandre de Moraes, o ex-comandante-geral da PMDF Fábio Vieira avaliou, durante depoimento à PF, que as mudanças de Torres dentro da SSP-DF dificultaram o fluxo de informações no comando operacional no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes. Tal questão também será perguntada a Torres durante o depoimento de hoje.

Torres ainda terá de explicar por que não retornou dos Estados Unidos com o celular. Antes de desembarcar em Brasília, ele chegou a postar em uma rede social que seu número havia sido clonado.

Ibaneis Rocha adiantou, sem ser intimado, o depoimento que iria fazer à Polícia Federal no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos. O emedebista foi até a sede da PF, na Asa Norte, em 13 de janeiro.

Em um dos trechos, afirmou não ter recebido o planejamento de segurança da PMDF. E pontuou que recebeu mensagem do ministro da Justiça, Flávio Dino, “relatando preocupação com a chegada de vários ônibus com manifestantes”, no sábado anterior à destruição na Esplanada dos Ministérios.

“Disse ainda ter ligado para Anderson Torres e soube que ele estava nos Estados Unidos. Segundo o governador afastado, o secretário titular passou o contato do interino, Fernando de Souza Oliveira, que tranquilizou Ibaneis “afirmando haver informes de que os manifestantes estavam chegando pacificamente ao QG do Exército para a manifestação do dia 8/1”.

Ibaneis declarou à PF que ficou “absolutamente surpreendido” com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da PMDF. Ele disse que não quer e não pode generalizar esta afirmação, mas ficou “revoltado” quando viu cenas de alguns PMs confraternizando com manifestantes.

O governador afastado afirmou, ainda, que “houve algum tipo de sabotagem”, mas que a investigação em andamento deverá esclarecer. Segundo Ibaneis, a exoneração de Anderson Torres se deu porque ele estava ausente do país no momento do “trágico acontecimento” e, portanto, perdeu a confiança no então secretário.

metropoles

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