Lula começou mal na economia
Em seu primeiro discurso sobre política econômica, presidente eleito ressuscitou fantasmas do governo Dilma. Desconsiderar a realidade econômica é preocupante, mesmo que seja com a intenção de aliviar a fome e a miséria.
Podem interpretar como quiserem, mas em seu primeiro discurso após a reeleição sobre sua futura política econômica, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva enviou os sinais equivocados. E isso poderá custar caro ao Brasil.
"Por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse país?", perguntou Lula, em discurso no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) na última quinta-feira (10/11).
Ainda durante o discurso, o real sofreu uma queda acentuada frente ao dólar, a bolsa despencou e o os juros sobre títulos brasileiros aumentaram. Mais tarde, Lula zombou do mercado financeiro: "Nunca vi um mercado tão sensível quanto o nosso."
As fortes reações negativas às poucas frases ditas por Lula demonstram que os investidores temem que ele esteja de fato tentado a promover políticas de gastos irresponsáveis.
O problema é que Lula indica que quer aumentar os gastos – e deseja receber luz verde do Congresso para fazê-lo – sem explicar de onde virão os fundos para tal. Ele também não explica de que forma pretende controlar o alto déficit orçamentário no futuro. Essa é uma combinação traiçoeira, que teria consequências fatais.
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