Partido Comunista se reúne para elevar Xi Jinping a líder vitalício
O 20º Congresso do Partido Comunista da China neste domingo (16), o presidente Xi Jinping, de 69 anos, consolidará seu domínio quase imperial sobre o país, confirmando seu terceiro mandato e será aclamado como líder vitalício, uma honraria dada apenas a Mao Tsé-tung, ídolo de Xi.
A perpetuação de Xi como chefe de Estado não será oficialmente carimbada até que o Parlamento da China, o Congresso Nacional do Povo, se reúna em março de 2023. Mas o resultado é conhecido. Quando terminar o congresso, em uma semana, Xi se tornará uma espécie de monarca comunista.
Ao assumir um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista, ele eliminaria formalmente o sistema de transições ordenadas de liderança a cada dez anos, estabelecido em 2002 e 2012.
– O terceiro mandato será um momento decisivo na história moderna da China. O momento é como o das reformas de Deng Xiaoping, em 1979, que alteraram o curso do país – disse ao Estadão Timothy Cheek, professor de história chinesa na Universidade Colúmbia.
Em seu discurso na abertura do congresso, Xi Jinping disse que quer o controle total de Taiwan e que o direito de usar a força na ilha autogovernada não será renunciado.
– A resolução de Taiwan é uma questão para os próprios chineses decidirem. Insistimos em lutar pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a maior sinceridade e com o maior esforço – discursou.
Em dez anos, Xi consolidou seu poder expurgando rivais, esmagando dissidentes e removendo os limites constitucionais de seu poder. Ele fez do partido o árbitro da vida chinesa e instou uma maior pureza ideológica a cingir a nação pelo que ele descreve como uma grande e contínua luta.
Mas a tarefa de Xi não será fácil, como indicou um raro protesto em Pequim, na quinta-feira (13), contra a política de controle do coronavírus. As políticas rígidas de “covid zero” atrapalharam a economia e revoltaram parte da população. Ao iniciar seu terceiro mandato, ele deve enfrentar uma severa desaceleração econômica e tensões crescentes com os Estados Unidos.
AE
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