20/05/2022

DUAS APOSENTADORIAS: OPERAÇÃO DA PF MIRA DOIS JUÍZES FEDERAIS SUSPEITOS DE CORRUPÇÃO JUNTO A ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

Dois juízes federais no Ceará e um escritório de advocacia da Capital estão entre os alvos da PF

Dois juízes federais com atuação no Ceará estão entre os alvos da investigação da PF, que culminou na operação Skiagraphia, deflagrada em Fortaleza e em mais quatro cidades brasileiras na manhã desta sexta-feira (20). Os magistrados são suspeitos de atuarem em esquema de corrupção junto a um escritório de advocacia da Capital, em benefício a grandes empresas devedoras da União.

A investigação aponta fraudes na cobrança de dívidas ativas da União, que eram promovidas pela Procuradoria da Fazenda Nacional, através de ações de execução que tramitavam na 20ª Vara Federal do Ceará, entre os anos de 2012 e 2016. A Polícia Federal não divulgou o nome dos envolvidos.

Segundo disse o delegado da Polícia Federal Joécio Holanda, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, o prejuízo aos cofres públicos chega a mais de R$ 1 bilhão. Dentre as empresas beneficiadas, está uma do ramo da extração de minério, em Fortaleza.

"A hipótese criminal é que houve um acordo, uma estratégia entre os servidores públicos, os juízes, e o escritório de advocacia, especificamente com um advogado com patentes vinculações com esses juízes e a demanda de mercado, que eram grandes empresas interessadas em se livrar dessas cobranças promovidas em ações de execução fiscal", disse.
Ninguém foi preso

A operação ainda consta na fase de arrecadação de elementos e nenhum mandado de prisão foi solicitado, segundo o delegado. Ao todo, estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região nos domicílios investigados em Fortaleza, Brasília, São Paulo, Recife e Dourados, no Mato Grosso do Sul.

Foram apreendidos celulares, computadores, arquivos de mídias e documentos para instrução de Inquérito Policial, que visam identificar a atuação dos suspeitos nos crimes investigados.

Se confirmados os crimes, os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas que podem chegar até 42 anos de prisão.

diariodonordeste

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