06/02/2022

EX-MINISTRO DA JUSTIÇA, SÉRGIO MORO, DIZ QUE 'NÃO TEM MEDO DE CARA FEIA OU MANOBRAS ILEGAIS'

‘Não tenho medo de cara feia ou manobras ilegais’

Alvo do Tribunal de Contas da União, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) afirmou, neste sábado (5), que não será “intimidado” pelo que chamou de “manobras ilegais”. A indignação do pré-candidato a presidente surge após o subprocurador-geral Lucas Furtado pedir ao TCU que bloqueie seus bens em investigação por suposta sonegação de impostos.

– Os ataques não me intimidam. Não tenho medo de cara feia nem de manobras ilegais. Vamos em frente, até atingir nosso objetivo, com a verdade ao nosso lado. O povo sabe onde ela está – escreveu no Twitter.

Ainda nesta sexta (4), após a divulgação do pedido para congelar os bens de Moro, o ex-ministro publicou uma manifestação de repúdio a Furtado, e afirmou que irá processá-lo por “abuso de poder”.

– É evidente o abuso de poder do procurador do TCU Lucas Furtado contra mim. Irei representá-lo nos órgãos competentes e exigir indenização por danos morais – escreveu.

INVESTIGAÇÃO CONTRA MORO

O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) o bloqueio de bens do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. A medida cautelar ocorre dentro do âmbito da investigação da suposta sonegação de impostos praticada por Moro sobre os salários que recebeu da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal. A empresa é responsável pela administração judicial das companhias condenadas pela Lava Jato.

No documento, o subprocurador-geral Lucas Furtado defendeu que a Corte investigue os recebimentos declarados pelo ex-juiz, que foram em torno de R$ 3,6 milhões, segundo o próprio.

Furtado argumenta que Moro foi contratado fora do regime CLT, no processo chamado “pejotização”, cuja finalidade é reduzir a tributação de empresas sobre o trabalho assalariado.

– Ao aplicar a teoria da desconsideração da pessoa jurídica, o TCU é competente porque há dinheiro público – explicou o subprocurador à CNN.

O magistrado pede ainda que o TCU apure se Moro viajou aos Estados Unidos apresentando declaração de saída definitiva do Brasil ou se deixou impostos pendentes sobre seus ganhos.

O despacho de Furtado, endereçado ao ministro Bruno Dantas, relator do caso no TCU, leva em consideração que “há risco da inviabilização do ressarcimento e do recolhimento de tributos aos cofres públicos”. Por este motivo, é solicitada indisposição dos bens do ex-ministro junto aos órgãos financeiros, como a Receita Federal.

Se for acatada pelo TCU, a decisão ainda obrigará Moro a apresentar a íntegra dos dois contratos firmados com a Alvarez & Marsal através do CNPJ do ex-ministro.

Segundo o subprocurador, isto seria “a única forma de comprovar a remuneração pactuada, já que os recibos isolados (além de inconclusivos, no caso dos emitidos nos EUA) provam os valores neles registrados, mas não a inexistência de outros, referentes a verbas da mesma ou de outra natureza”.

Recentemente, Sergio Moro afirmou ter declarado todos os ganhos recebidos na consultoria norte-americana e afirmou que fará o mesmo na declaração do Imposto de Renda no Brasil.

pleno.news

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