02/11/2021

NO BRASIL ASSASSINAR HOMEM DE BEM É NORMAL; ASSASSINAR BANDIDO O MUNDO VEM ABAIXO. EU, HEIN!

MP e Comissão de Direitos Humanos vão investigar operação policial que resultou na morte de 26 integrantes do “novo cangaço” em MG

O Ministério Público de Minas Gerais e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MGvão investigar a operação que terminou com 26 mortos e nenhum policial ferido na madrugada de domingo, em Varginha. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais, também vai acompanhar os trabalhos em função, principalmente, do número de óbitos.

Os mortos são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em assaltos do chamado “novo cangaço”. A suspeita da polícia, é que o bando participou do assalto em Araçatuba, no interior de São Paulo, quando explodiram dois bancos. Na ação, os bandidos usaram reféns como escudos humanos, enfrentaram a polícia e minaram o centro da cidade com explosivos para espalhar pânico entre a população.

O promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-MG, Igor Serrano, que está de férias, disse que o órgão se reunirá na quarta-feira, em Varginha, para definir uma comissão e as estratégias de ação. “Antes de qualquer manifestação, vou me inteirar dos acontecimentos”, disse ele.

Nesta segunda-feira, a médica legista Tatianas Telles informou que os dados coletados pela Polícia Civil serão encaminhados a um banco nacional de DNA. “Temos a possibilidade de fazer match com locais de crime no Brasil, se praticaram algum crime em outro estado inserido no banco”, afirmou. Parentes aguardavam a identificação dos corpos na sede do IML, no bairro Gameleira. A Polícia Civil não participou da ação, mas instaurou inquérito para seguir com as investigações.

Rômulo Ferraz, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG, disse que já designou uma representante para acompanhar os trabalhos do MP e da Polícia Civil em Varginha. “É prematuro tirar qualquer conclusão, mas o elevado número de óbitos chama a atenção”, afirmou.

Tenente-coronel da PMMG rebate críticas à operação

O chefe de jornalismo da Polícia Militar de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Santiago, disse que as críticas refletem desconhecimento de questões operacionais envolvendo “quadrilhas de alto índice de beligerância”. Ele citou a apreensão de armas de guerra – como uma .50 com poder de fogo contra tanques e blindados – além mais de 5.000 munições.

“São pessoas que não se entregam, utilizam às vezes até cocaína e outros alucinógenos para aumentar a capacidade de enfrentamento”, justificou o tenente-coronel. Para ele, sugerir que a ação teve indícios de execução e “analisar um fato desse numa mera matemática de equilíbrio é ïnfame”. Santiago diz que a ausência de policiais feridos se deve ao fato de que o elemento surpresa estava com a corporação.

Estadão Conteúdo

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