04/07/2021

O SEGUNDO FRETE MAIS CARO DO BRASIL ESTÁ NO RN

Rio Grande do Norte tem segundo frete mais caro do Brasil

O Rio Grande do Norte registrou, em maio, a maior alta no valor do frete do transporte rodoviário: 18,72%, na comparação com o mês de abril. O dado foi divulgado no relatório Índice FreteBras do Preço do Frete. Pelo levantamento, o RN registrou uma média de R$ 1,12 por quilômetro rodado por eixo no período, sendo o segundo frete mais caro do Brasil, atrás apenas do Amazonas, com R$1,21 por quilômetro rodado por eixo. De acordo com o diretor de Operações da FreteBras, Bruno Hacad, há no Estado, um descompasso muito grande entre o volume de fretes e a quantidade de caminhoneiros.

A análise Mapa de Liquidez, elaborado pela plataforma e que mostra como está a relação de fretes para caminhões, no Brasil inteiro, aponta que o Rio Grande do Norte é região com pior situação, a que de fato tem o maior descasamento, no País. Em um histórico dos últimos 60 dias, levantado pelo diretor de Operações da FreteBras, o RN chegou a registrar uma relação de 23 fretes para cada caminhão disponível. Segundo a empresa, 90% dos fretes que saem do Rio Grande do Norte são de sal.

“O preço do frete é amplamente impactado pela lei da oferta e demanda. E, no Estado, essa questão do preço está muito relacionado à falta de caminhões. Quando não há caminhoneiros suficientes para realizar os fretes disponíveis, as transportadoras passam a oferecer preços mais altos para atrair os motoristas. Foi o que aconteceu no Rio Grande do Norte, onde o volume de fretes triplicou desde o início do ano e a quantidade de caminhões disponíveis permaneceu igual”, comenta Bruno Hacad, Diretor de Operações da FreteBras.

Durante ação, em que a FreteBras vai em postos espalhados pelo país com promotores para tentar trazer esses caminhoneiros para a plataforma, equipes percorreram a região de Mossoró, Grossos e Porto do Mangue, que historicamente, têm muito mais fretes que caminhão, e identificaram a escassez de motoristas. “A gente rodou nessas regiões, mas não encontramos muitos motoristas. Antes, a gente tinha a hipótese de que eles existiam, só não estavam na plataforma, mas não é isso. Tem falta de oferta de caminhoneiros nessa região. E é um ponto de dúvida, porque essa é uma região produtora, que você tem muita demanda, uma região forte, o preço está bom, o segundo melhor preço do Brasil. Você tem vários fatores que contribuem para que seja uma região de forte necessidade. Um questionamento que se faz é se existe um volume considerável de fretes indo para essa região, porque, se não tem muito frete indo, você não tem caminhão para voltar”, analisa Bruno Hacad.

Ele explica que como a negociação e fechamento acontece diretamente entre empresa e motorista a plataforma não tem como explicar se esse descasamento atrapalhou a velocidade de fechamento ou não. “Mas é esperado que sim, é natural que você tenha um tempo maior para conseguir desovar esses fretes, muito por conta da falta de motoristas”, diz.

TN

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