16/04/2021

RISCO DE COVID CRESCE 192% EM SALA DE AULA - DF PERDEU 84 PROFESSORES

Covid aumenta risco de contaminação em sala de aula  

O risco de contaminação pela Covid-19 aumenta 192% para professores que estão em sala de aula. Sem vacina e em contato com alunos diariamente, os docentes em regime presencial têm risco maior de desenvolver a doença. A conclusão é de um estudo assinado por pesquisadores de cinco instituições de ensino superior.

Eles analisaram profissionais de 554 escolas com ensino presencial, no período de 7 de fevereiro a 6 de março de 2021. O grupo da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de SP concluiu que a incidência do coronavírus foi 2,92 vezes, ou 192%, maior nesse público do que na população adulta fora das salas de aula.

No Distrito Federal, a rede pública de ensino optou por aulas remotas, mas a privada manteve o modelo presencial. A preocupação dos docentes se torna maior pela quantidade de colegas que perderam a vida para a doença.

Segundo estimativa do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), 74 educadores da rede pública faleceram por complicações decorrentes do coronavírus.

Nenhuma entidade fez a contagem oficial de óbitos de docentes dos colégios particulares. Com base em matérias públicadas, o Metrópoles apurou 10, mas acredita-se que o número possa ser maior.

Entre os docentes de instituições públicas que não resistiram à doença estão o professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Fávero Sobrinho, e a mulher dele, a professora da rede pública Anna Angélica Oliveira Paixão, ambos mortos em 4 de abril.

Em 11 de março, o coronavírus vitimou a professora da rede pública Sílvia Marçal. A profissional trabalhava no Centro de Ensino Fundamental 4, em Taguatinga, e também lecionou no Centro de Ensino Médio Setor Leste, na Asa Sul. Em agosto de 2020, o também docente de unidade do governo Marcelo Mariani morreu por complicações da Covid-19.
Na Justiça

Com medo da doença e focado em denúncias e nos estudos que são parâmetros em outros Estados, o Sindicato dos Professores da Rede Particular de Ensino (Sinproep) pediu à Justiça que suspendesse as aulas presenciais por algumas semanas. “Verificamos que 20 escolas estavam com focos de contaminação. Pedimos a suspensão”, afirmou o diretor jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula.

A intenção era superar o período crítico da pandemia que já ceifou a vida de 7.049 mil pessoas na capital federal. “Neste momento grave, com superlotação dos leitos e sem a vacinação dos professores da rede privada, não podemos contar com aulas presenciais”, afirmou o advogado do Sinproep, Bruno Paiva.

A liminar foi negada pela Justiça do Trabalho, pois há decreto do GDF que autoriza o ensino presencial da rede particular. O Ministério Público do Trabalho (MPT), no entanto, pediu audiência com urgência para que se busque uma solução.

“É preciso ficar clara a urgência da audiência em razão das recentes mortes de professores de escolas privadas no DF que estavam que atividades presenciais”, completou Paiva.

metropoles

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