23/02/2021

EITA NÓS: PRODUTOR DO SHOW DE BELO DIZ QUE EVENTO NO PARQUE UNIÃO SÓ COM PERMISSÃO DO TRÁFICO

Preso por organizar show de Belo diz que nenhum evento acontece no Parque União sem permissão do tráfico

Preso acusado de organizar o show clandestino do cantor Marcelo Vieira Pires, o Belo, no pátio do Ciep 326 Professor César Pernetta, no Parque União, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, Celio Caetano confirmou que nenhum evento acontece dentro da comunidade sem a anuência do chefe do tráfico local - Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga. O criminoso, nascido no conjunto de favelas, controla a venda de drogas na região há mais de uma década e é considerado foragido desde 2006, quando passou a responder o primeiro processo criminal por tráfico de drogas.

De acordo com o depoimento prestado por Celio, na Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), ao qual o EXTRA teve acesso, ele relata ter sido contratado verbalmente por um DJ para realizar o evento, para o qual forneceria uma equipe de som pelo valor de R$ 5.500. Ele negou ter tido contato com qualquer traficante da comunidade e ter visto homens armados no local.

Celio disse ainda que monta a equipe de som nos eventos e vai para dentro de um caminhão, até mesmo para “evitar de ser infectado pela Covid-19”. Ele ressaltou ainda que, no caso do show do Belo, o cantor tem uma equipe própria contratada pelo artista.

- O depoimento deixa claro que o Celio em momento algum realizou a contratação de qualquer artista e tampouco foi o responsável pela realização do evento. Como ele frisou na delegacia, ele apenas forneceu o equipamento de som que foi usado por DJs antes e depois do show do Belo - defendeu o advogado Walter Marcelino de Araújo Neto.

Celio Caetano - assim como Belo e Joaquim Henrique Marques Oliveira - ficou preso por pouco mais de 24 horas e conseguiu um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio. Ele também teve bens apreendidos e valores bloqueados em suas contas correntes. Todos são investigados pelos crimes de causar epidemia, infração de medida sanitária preventiva, esbulho possessório (pela invasão da escola) e organização criminosa.

Extra

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