Coronavírus estará conosco para sempre, diz consultor do governo britânico
Walport diz que a vacinação global será importante para se controlar a pandemia, mas que a doença não é como a varíola, que conseguiu ser erradicada com vacinas.
"Este é um vírus que estará conosco para sempre de um jeito ou de outro, e quase certamente serão necessárias repetidas vacinações", diz ele.
"Então, um pouco como a gripe, as pessoas precisarão de re-vacinação em intervalos regulares."
Para Walport, o fato de a população mundial ser hoje muito maior e viver em cidades mais densas do que em 1918, quando houve o surto de gripe espanhola, faz com que o vírus tenha mais facilidade de se espalhar.
Ele alerta que é possível que o coronavírus saia de controle novamente, mas ele acredita que algumas medidas mais direcionadas poderão ser usadas agora, em vez de quarentenas amplas.
O cientista disse estar preocupado com o aumento recente no número de casos na Europa e em outras partes do mundo.
O Reino Unido, país em que Walport é consultor, também registrou aumento no número de casos de coronavírus. O governo britânico voltou a exigir quarentena de pessoas que chegam da Croácia, Áustria e Trinidad e Tobago — países que registraram aumento nas infecções.
Com isso, milhares de turistas britânicos tentaram antecipar seus retornos para casa, na tentativa de chegar antes da data da quarentena — algo que já havia acontecido na semana passada, quando o governo decretou quarentena para pessoas que chegam da França e da Holanda.
"Nós sabemos que menos de uma em cada cinco pessoas no país foram infectadas, então 80% da população ainda está suscetível ao vírus."
"É esse terrível equilíbrio entre tentar minimizar o prejuízo para as pessoas das infeções e proteger as pessoas, enquanto se mantém a sociedade funcionando."
Neste sábado, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse acreditar que a pandemia será encerrada em dois anos, já que a gripe espanhola foi vencida após dois anos. Segundo ele, hoje haveria mais tecnologia para se combater uma pandemia.
A gripe espanhola de 1918 matou pelo menos 50 milhões de pessoas. Até agora o coronavírus matou 800 mil pessoas, com 23 milhões de infectados. No entanto, acredita-se que o número de pessoas com a doença deva ser muito maior, já que muitos não foram testados e outros são assintomáticos.
BBC News Brasil
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