Não fique parado: UFRN desenvolve novo produto para obesidade
“O dispositivo patenteado é um complexo de inclusão com ciclodextrinas naturais e derivadas, com a mistura binária de alfa, beta-amirenona, uma substância natural, obtida a partir do Breu Branco, planta encontrada na região Amazônica. Durante o desenvolvimento, conseguimos a melhoria de vários aspectos desta nova substância natural, como por exemplo, sua solubilidade em água, que é fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos, e o aumento da sua atividade antiobesidade, inibindo a ação da enzima lipase e reduzindo o peso corporal em animais”, pontuou o docente do Departamento de Farmácia.
Ao lado dos cientistas Luana Carvalho de Oliveira, Valdir Florêncio da Veiga Junior e Emerson Silva Lima, Ádley depositou o pedido de patente denominado “Complexos do Triterpeno alfa, beta-amirenona com aumento da atividade antiobesidade”, em cotitularidade da UFRN com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM). No documento que embasa o pedido, o grupo indica a utilização do novo sistema para aplicação junto a formulações para uso na terapêutica, cosmética ou para utilização em suplementos alimentares.
Vinculado ao grupo de pesquisa Inovação em fármacos e medicamentos (INOFARM) e ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), onde Luana de Oliveira desenvolve seu mestrado, o produto nasceu sob a forma de pó, sendo testado em laboratório e obtendo uma inibição da enzima lipase em torno de 90%, índice superior às alternativas existente atualmente. “Este resultado aponta para um enorme potencial de redução de obesidade e de peso, onde a alfa, beta-amirenona já foi testada em camundongos e foi observada uma redução significativa no peso dos animais. Vamos testar agora nosso produto, comparando esta redução no peso dos animais com o objetivo de aumentar ainda mais esta ação antiobesidade, com redução mais significativa do peso corporal”, colocou o professor Ádley, que atualmente também coordena o INOVARM.
Embora saliente que a busca por novos fármacos é um processo complexo, ele fez questão de frisar ainda que, com o desenrolar do estudo, a intenção é colocar no mercado um novo medicamento que melhore a qualidade de vida das pessoas, principalmente as que têm sobrepeso e sofrem com algumas comorbidades associadas, como hipertensão e cardiopatias. Ele também acrescentou que o estudo conta com a participação do professor Euzébio Guimarães Barbosa, da UFRN, com estudos teóricos computacionais - in sílico -, além dos já citados docentes Emerson Silva Lima e Valdir Florêncio da Veiga Júnior, que contribuem na síntese e fornecimento da substância natural, bem como em ensaios biológicos e fitoquímicos.
A UFRN mantém atualmente um portfólio com mais de 250 pedidos de patentes, dos quais 22 já foram concedidos. Este último número, inclusive, garante à Universidade a liderança nas regiões Norte e Nordeste em termos de instituições de ensino. Dentro da Universidade, a Agência de Inovação (AGIR) é a unidade responsável pela avaliação dos requisitos de patenteabilidade, tais quais a novidade, capacidade inventiva, aplicação industrial e suficiência descritiva. Não obstante o período de pandemia, as demandas dentro da Agência de Inovação continuam sendo recebidas pela equipe através do e-mail patente@agir.ufrn.br. Embora pontue que é importante que os pesquisadores saibam reconhecer as características de um invento patenteável, Daniel Pontes frisou que a Agência de Inovação propicia esse suporte aos cientistas, bem como trabalha também na transferência dessa tecnologia, pois “a ideia é levar ao setor produtivo e à sociedade, o conhecimento que desenvolvemos na academia”.
Imagem de momento dos estudos in vitro
do produto, com ensaios enzimáticas de
inibição da lipase e outras enzimas,
relacionadas à obesidade.
o objeto escuro é o breu branco,
de onde é extraída a substância natural
objeto do pedido de patente, que está no centro.
fotos do produto, na forma de pós,
em diferentes proporções entre a alfa,
beta-amirenona e ciclodextrinas.
Assessoria de Comunicação da Agência de Inovação da UFRN
Wilson Galvão
9 9193 6277
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