Brasileiro denuncia Governo Maduro por sequestro do pai militar

Segundo João, que é nascido no Brasil e mora no Rio de Janeiro, o último contato que ele fez com o pai foi na semana passada e ele aparentava estar bem. “Agora, a nossa família lá na Venezuela não sabe onde ele está. Eles têm até medo de falar comigo e estarem sendo monitorados pelo governo”, afirma.
Militar de carreira, Oscar Romero viveu no Brasil, entre os anos 1979 e 1985 e cursou educação física, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Após esse período, voltou a Venezuela já como Capitão e seguiu crítico aos governos dos presidentes Hugo Chávez e Nicolás Maduro.
João conta que sempre visitava o pai nas férias e que o militar, após regrassar a Venezuela, saiu do país uma única vez. “Já como Coronel, em 2002, o meu pai planejou a tentativa de retirada do Chávez do poder, mas como houve vazamento de informações e o plano não deu certo, ele teve que sair do país para não ser preso.”
De volta ao país anos depois, Oscar começou a dar aulas de Ciências Políticas em universidades locais. Ele ressurgiu politicamente, em 30 de abril de 2019, no ato em que o Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela.
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Romero, de 65 anos, nasceu na Venezuela,
mas tem filho brasileiro.
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“O meu pai estava presente no ato. Temos informações de que, por causa disso, ele entrou na ‘lista negra’ do governo Maduro e passou a ser monitorado”, revela. O filho do militar conta ainda que há um inquérito que acusa seu pai de roubar armas de um quartel, mas ele refuta as acusações. “Ele está na reserva, nem pode entrar em quartéis. É uma denúncia que não faz sentido."
“O meu intuito agora é divulgar essa prisão arbitrária dele para que o meu pai apareça logo. Tem histórias de pessoas que estavam nesse ato, sumiram e até hoje não se sabe o paradeiro”, diz o brasileiro. A CNN entrou em contato com o governo de Nicolás Maduro e com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. O Itamaraty informou que só oferece assistência consular a brasileiros que estejam no exterior.
CNN
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