Venezuela denuncia nova incursão de avião-espião dos Estados Unidos
A Venezuela denunciou neste sábado (27) uma nova incursão em seu espaço aéreo de um avião-espião dos Estados Unidos, a terceiro neste mês de julho, e assinalou que tal violação constituiu uma "franca ofensa" ao país e ao mundo.
"Mais uma vez, aviões-espiões (de) EUA ingressam indevidamente na FIR (região de informação de voo) sob controle de nosso país, violando a segurança aeronáutica e tratados internacionais", disse o Comando Estratégico Operacional (CEO) das forças armadas venezuelanas no Twitter.
"Os Estados Unidos continuam em franca ofensa à nossa pátria e ao mundo. Respeitem este povo, que junto das forças armadas quer paz", acrescentou o CEO na mesma mensagem.
De acordo com a denúncia, os sistemas de radares da Venezuela detectaram às 9h40 locais (10h40 em Brasília) uma aeronave americana modelo EP-3E.
As autoridades tentaram fazer contato com a aeronave, que não respondeu e sobrevoou o espaço aéreo controlado pela Venezuela na FIR Maiquetía, onde fica o principal aeroporto do país e que serve à capital Caracas, durante 3 horas e 10 minutos, percorrendo 60 milhas náuticas.
Na última segunda-feira, o ministro de Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez, disse que nos últimos três meses aviões-espiões americanos fizeram 78 incursões no espaço aéreo venezuelano - 167 no total apenas em 2019 - e que as violações "aumentaram" desde janeiro, quando o líder do parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou como presidente interino do país.
O Comando Sul dos Estados Unidos negou há uma semana a primeira incursão denunciada pela Venezuela neste mês, e garantiu que seu avião "estava realizando uma missão reconhecida e aprovada em espaço aéreo internacional sobre o Mar do Caribe".
A Venezuela e os Estados Unidos mantêm relações conturbadas praticamente desde a chegada do chavismo ao poder, em 1999, mas a tensão aumentou em janeiro deste ano, quando o governo de Donald Trump reconheceu o opositor e líder do parlamento, Juan Guaidó, como presidente interino, um passo que também foi dado por outras 53 nações.
O reconhecimento a Guaidó faz parte da iniciativa americana que começou há quase seis meses para derrubar Maduro do poder, e o governo Trump já pediu diversas vezes ao governante que dê um passo atrás e convoque eleições "livres e transparentes".
r7
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