Polícia prende em Natal chefes da Família do Norte
Uma operação da Polícia Civil resultou na prisão de 108 pessoas no Rio Grande do Norte, entre a quinta-feira (25) e a sexta-feira (26). Três criminosos da facção Família do Norte (FDN), apontados como mandantes do massacre que vitimou 55 apenados em Manaus, estão entre os presos e foram detidos na manhã desta sexta-feira, em Natal. De acordo com o delegado Erick Gomes, que comanda a Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (DEICOR), os dois homens e uma mulher estavam hospedados em um flat de luxo, em Ponta Negra.
Os presos são considerados, segundo a polícia, líderes da facção FDN, historicamente aliada da carioca Comando Vermelho. “Desde o massacre eles são procurados. Presos perigosos e que segundo investigações são também responsáveis por encomendar o massacre que deixou mais de 50 presos mortos em cadeias de Manaus”, contou o delegado.
Foram presos Andreza Rodrigues Lobo, 34 anos e natural de Manaus; Rômulo Raphael dos Santos Morais, 27 anos, natural de Teresina; e Leandro dos Santos Chaves, 25 anos, nascido em Manaus.
Além dessas prisões, a Polícia Civil prendeu mais 105 pessoas em todo o Rio Grande do Norte, em operações simultâneas. Os criminosos são acusados de homicídio, tráfico de drogas, estupro, roubo e crimes contra o patrimônio. Em volume de prisão, essa é uma das maiores realizadas pela Polícia Civil, segundo o delegado adjunto da Delegacia Geral de Polícia Civil, Odilon Teodósio.
Foram presas 25 pessoas suspeitadas de cometer homicídio, duas por latrocínio e 16 por crimes contra o patrimônio e as demais por crimes diversos. Segundo Odilon, existem mais de 2 mil mandados em aberto no Rio Grande do Norte. “Essa foi uma das maiores operações da Polícia Civil, sabemos da lotação do sistema prisional, mas não podemos esperar que as vagas sejam abertas para prender os bandidos”, explicou.
O delegado Roberto Andrade, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa, alertou para “grande parte” dos homicídios ocorrerem em função de brigas entre facções rivais, ou acertos de contas dentro da própria facção. “Hoje as pessoas não moram onde querem, elas moram onde a facção determina. Essa é a realidade. Dentro e fora das cadeias, as facções continuam mandando”, constatou.
Um dos crimes cometidos por pessoas presas nesta sexta-feira foi de um homem do PCC que foi visitar a ex-mulher em uma área de domínio do Sindicato do RN. “Essa foi uma morte decretada pela liderança da facção”, explicou Andrade.
A operação foi intitulada de PC167 e teve a participação de 600 pessoas entre agentes e delegados da Polícia Civil.
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