18/03/2019

STYVENSON: "SE ESCOLA DE SUZANO FOSSE MILITARIZADA NÃO TERIA SOFRIDO ATAQUE"

Styvenson diz que, se escola de Suzano fosse militarizada, ataque não teria acontecido

O ataque a tiros na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, poderia ter sido evitado caso a unidade fosse “militarizada”, na opinião do senador potiguar Styvenson Valentim (Podemos). Segundo o parlamentar, a presença na escola de agentes de segurança pública treinados teria inibido a ação dos jovens Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique Castro, de 25, que mataram oito pessoas na última quarta-feira, 13. Os dois também acabaram mortos, totalizando dez vítimas.

“Se a escola de Suzano fosse militarizada ou se tivesse um policiamento e se os elementos soubessem que ali tinha proteção, eles não teriam feito aquilo. ‘Proteção’ por quem deve proteger, por pessoas que têm capacidade de usar arma, de usar farda, de estar ali naquele momento”, assinala o senador.

Styvenson, que é capitão da reserva da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, recebeu a reportagem do Agora RN na última sexta-feira, 15, na Escola Estadual Professora Maria Ilka de Moura, no bairro Bom Pastor, zona Oeste de Natal. A unidade – que fica perto da Comunidade do Japão, área com um dos maiores índices de criminalidade da capital potiguar – foi recuperada por agentes de uma companhia de polícia do 9º Batalhão da PM que funciona ao lado. O trabalho, idealizado por Styvenson, rendeu uma parceria pela qual policiais atuam em conjunto com professores e coordenadores para melhorar a disciplina dos estudantes.

A experiência da escola no Bom Pastor levou Styvenson a defender a “militarização” das escolas por todo o País. Segundo o senador, a proposta pode melhorar o desempenho dos alunos. “A função do policial é manter a ordem e a disciplina. E eles têm a limitação [de atuação], que é o corredor fora da sala de aula, onde eles colocam a ordem, a disciplina, a parte cívica, pregam o antibullying, o respeito, o não consumo de droga e álcool e a não violência dentro da escola. A função do professor, por sua vez, é dar aula, ser escolarizador. Cada um dentro de sua área, e a escola funciona bem”, resume.

De acordo com o capitão, a prova de que o trabalho desenvolvido na Escola Maria Ilka é exitoso é a procura dos pais. “A escola militarizada não é para o mal do aluno, não é para o mal do professor. É para o bem de cada aluno. Se for ali fora [corredor] e perguntar para cada aluno, eles fazem questão de estarem aqui. Eu não quebrei nenhum princípio democrático ou de liberdade, forçando ninguém a estar aqui dentro. Os pais buscam essa escola porque buscam o diferencial, que é obediência”, conta o senador, acrescentando que pais de alunos o procuraram para solicitar exames toxicológicos que comprovem que seus filhos não consomem drogas e para pedir câmeras dentro das salas de aula. Styvenson diz estar avaliando os pedidos.

Durante a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro prometeu “militarizar” escolas pelo País. A ideia é defendida, entre outros, pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que deu início ao projeto em quatro escolas de Brasília. O modelo consiste em uma parceria entre Polícia Militar e governo estadual, para colocar dentro das escolas policiais da reserva ou agentes que estão afastados por questões de saúde, mas que têm capacidade para atuar dentro das unidades escolares.

Styvenson concorda com o modelo de militarização que está sendo colocado em prática em Brasília, mas aponta que as regiões do Brasil têm especificidades que podem prejudicar a implantação do projeto. No caso do Rio Grande do Norte, o senador registra que há um déficit no efetivo policial e restrições orçamentárias.

“Não tem como querer militarizar as escolas todas do Rio Grande do Norte, porque não tem efetivo nem para colocar na rua. Poderia até ser feito como em Brasília, com policiais da reserva ou que estão pela Junta Médica, mas tem outro fator: o custo. Em Brasília, é de R$ 200 mil. Será que o RN arcaria com esse dinheiro? Na Maria Ilka, os policiais atuam de forma voluntária, pois a ideia foi transformar a escola em uma companhia de polícia”, finaliza.

Com informações do Agora RN 

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