Às vésperas de estrear no cinema, Marina Lima fala sobre depressão, censura e Gal Costa: 'Foi com ela minha primeira saída do armário'

Além disso, Marina, aos 63 anos (mais de 40 de trajetória profissional), terá sua obra cantada num musical no teatro. E ela segue fazendo shows pelo Brasil, com uma invejável barriguinha de fora.
Lésbica assumida desde os 18 anos, Marina está de bem com o corpo, com a voz e com a carreira. Curou-se de uma depressão violenta e só não está mais feliz por conta do avanço do conservadorismo no Brasil. “O pêndulo no país virou todo para a direita. Não podemos mais nos anestesiar com a desgraça alheia”, diz.
Pouca gente sabe, mas sua primeira composição, “Alma caiada”, gravada por Maria Bethânia em 1973, acabou censurada pelos militares. “O problema foi o verso ‘às vezes pressinto que não me enquadro na lei...’”, explica. “Não mudamos nada. E a música foi liberada depois da Anistia, em 1979”, relembra. À época, já compunha com o irmão Antonio Cicero, hoje imortal da Academia Brasileira de Letras.
Carioca radicada em São Paulo, Marina falou à coluna sobre o prazer de voltar a cantar, os desafios da carreira, a luta contra a depressão ("Enchi o saco de tudo (...) Virei uma prisioneira da cantora pop que me tornei") e o passado com Gal Costa ("Foi com ela a minha primeira saída do armário. E logo depois contei para a minha mãe. E já assumi para todo mundo que gostava de mulher, para acabar com a bobagem").
O Globo
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