Sete em cada 10 potiguares se enquadram na lei da posse de arma
A minuta do decreto, elaborada pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, está com o presidente Bolsonaro e pode ser publicada ainda esta semana. O texto contempla apenas a posse de arma. O decreto não vai abordar a questão do porte – a possibilidade de transportar a arma.
De acordo com os dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), que é ligada à Secretaria de Segurança do Estado, o Rio Grande do Norte tem uma média de 58,58 mortes por grupo de 100 mil habitantes. Além disso, o estado tem 19 cidades acima de 100 mortes por 100 mil habitantes. Os dados locais põem o território potiguar entre os mais violentos de todo o país.
Os dados mostram que todos os municípios da região metropolitana de Natal estão incluídos na regra estabelecida pelo decreto. Natal, por exemplo, registrou 56,97 homicídios por 100 habitantes. A cidade que lidera as estatísticas é Extremoz, com 200,59 mortes por 100 mil habitantes.
Ainda de acordo com a nova regra, que vai revisar o decreto 5.123, de 1º de julho de 2004, o postulante pode ter direito a apenas duas armas. Além das cidades com alto número de homicídios, as regras facilitam o acesso para residentes em área rural e titulares ou responsáveis legais de estabelecimentos comerciais.
Além de exames psicológicos e de capacidade técnica, a Polícia Federal exige, atualmente, uma justificativa para a “efetiva necessidade” de posse de arma. O alto índice de homicídios pode se configurar, a partir do decreto de Jair Bolsonaro, como uma das justificativas para que se possa adquirir o armamento.
Em 2018, ainda segundo os dados, um total de 131 municípios potiguares registraram Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Apenas 36 cidades não contabilizaram assassinatos no ano passado. O ano foi encerrado com 1.955 homicídios. O número foi 16,3% menor que em 2017, quando se contabilizou 2.386 mortes violentas no Estado.
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