Ciro diz que evita confronto com Bolsonaro para não parecer arrogante
O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou neste sábado que tem evitado confronto direto em debates com Jair Bolsonaro (PSL), a quem classificou como “despreparado”, para não parecer arrogante. Ao comentar a divisão do tempo de TV, Ciro brincou ao dizer que “dá para dormir” durante os seis minutos destinados a Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo aliados de Ciro, o candidato deve tentar se apresentar para os eleitores indecisos, principalmente daqueles que pretendiam votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste. Ele criticou, no evento deste sábado, a estratégia petista de insistir no nome do ex-presidente como o candidato do partido, embora ele cumpra requisitos para ser enquadrado na Lei da Ficha por ter sido condenado em segunda instância.
Ao falar de seus concorrentes, Ciro afirmou que a melhor estratégia para desconstruir Bolsonaro é discutir as propostas “Posto Ipiranga”, expressão que tem sido usada pelo ex-militar para se referir a Paulo Guedes, economista responsável por seu plano de governo.
— Se um cara como eu partir pra cima de uma pessoa com aquele despreparo parece arrogância — afirmou o pedetista, ao explicar o motivo pelo qual tem evitado atacar diretamente Bolsonaro nos debates.
Ao explicar sua estratégia em evento para a militância jovem, Ciro disse que o objetivo de sua campanha não é “arrasar” com Bolsonaro e exemplificou alguns pontos que pretende explorar nas propostas do adversário para o agronegócio, setor em cujo eleitorado o ex-militar conquistou adeptos.
— O objetivo não é chegar lá e arrasar com o adversário predileto nosso que na internet é o Bolsonaro. Veja por exemplo o agronegócio. No Centro Oeste, de onde vem a Kátia Abreu (vice de Ciro), há presença dele. Só que a proposta do Posto Ipiranga é acabar com o subsídio para o agronegócio. Os ultraliberais acham que isso é uma distorção grave. Se a gente levar ao pé da letra a proposta do Bolsonaro o agronegócio fecha em 12 meses — disse Ciro.
— Olha a educação. O Brasil tem evasão escolar no ensino médio de 60%. É aí qual é a proposta do cara? A proposta dele é fazer colégio militar. O Colégio Militar matrícula 1200 pessoas em Fortaleza. É uma viagem. Mas a gente tem que respeitar.
Ele se referiu aos eleitores de Bolsonaro na internet com o uma turma que prega o fanatismo.
— Às vezes a gente acha que o Bolsonaro é alcançável porque é misógino, machista, porque segrega gays e porque segrega negros. Ele está com essa força relativa porque ele é isto. Infelizmente é uma fração do povo brasileiro que é isso. Que se sente representado por isso — analisou.
O Globo
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