Le Figaro questiona métodos do juiz Sérgio Moro na Lava Jato
A correspondente Lamia Oualalou começa a matéria dizendo que o
escândalo da Petrobras chegou a um ponto que até o perfil no Twitter da
série americana House of Cards utiliza o turbilhão de acontecimentos do
escândalo para fazer propaganda da série e de seu protagonista Frank
Underwood, interpretado por Kevin Spacey. “A impressão é de que, no
Brasil, a ficção não consegue mais acompanhar a realidade”, escreve a
jornalista instalada no Rio de Janeiro.
O número de envolvidos no caso, as doações lícitas e ilícitas aos
partidos e políticos, além das reviravoltas diárias das investigações
parecem mais surrealistas do que que uma trama de ficção. Mas é a
realidade brasileira.
“O último episódio da operação Lava Jato é uma bomba”, destaca o Le Figaro.
Ele revela que a Odebrecht e seus principais concorrentes formaram um
cartel para compartilhar os contratos da Petrobras, ferindo as regras de
concorrência. Em troca, as empreiteiras pagavam propinas a executivos
da Petrobras e financiavam ilegalmente os políticos, principalmente dos
partidos governistas.
Le Figaro constata que Marcelo Odebrecht, herdeiro da
construtora, acabou cedendo à delação premiada depois de passar nove
meses em regime de prisão provisória e de ser condenado a 19 anos de
prisão por corrupção e outros crimes, de uma forma expeditiva nunca
vista antes no Brasil. “Daí sua decisão de colaborar com o juiz Sérgio
Moro”, afirma a reportagem.
“Juiz instrumentaliza a imprensa brasileira”
A correspondente do Figaro adverte, no entanto, que as
investigações da Lava Jato acontecem “em meio a uma grande confusão, na
qual parte da imprensa brasileira é instrumentalizada por Moro”. “O juiz
do Paraná vaza informações para chamar a atenção da mídia e manter o
escândalo no noticiário”, escreve Lamia Oualalou.
“Foi o que fez o portal UOL”, na última quarta-feira, “publicando as
planilhas com pagamentos da Odebrecht a políticos de 24 partidos, tanto
da oposição como da base governista”. “Além do caso da Petrobras, esses
documentos mostram o superfaturamento de obras dos Jogos Olímpicos do
Rio e da Copa do Mundo”, relata a jornalista. Ela ressalta que não se
sabe se os pagamentos são legais e declarados ou foram feitos por caixa
dois.
A reportagem estima que esse episódio relança o debate sobre os
métodos de investigação. Os documentos da Odebrecht divulgados pela
Polícia Federal (PF) demostram que a PF também tomou gosto pelos
vazamentos. Mas o juiz Sérgio Moro colocou os documentos rapidamente sob
sigilo.
“É estranho que o primeiro documento que expõe políticos da oposição
tenha merecido uma reação tão rápida de Moro, o mesmo juiz que tomou a
liberdade de divulgar as escutas telefônicas entre a presidente Dilma e o
ex-presidente Lula na semana passada”, destaca a jornalista. Na
sequência, ela explica que o vazamento do diálogo de Dilma e Lula levou à
suspensão da momeação do ex-presidente na Casa Civil, e ainda foi parar
no Supremo Tribunal Federal, onde os juízes estão divididos sobre os
métodos do juiz Sérgio Moro.
O texto conclui que a presidente Dilma continua ameaçada de
destituição, mas os benefícios da Lava Jato, que expôs o maior escândalo
de corrupção já descoberto na história do Brasil, também estão
ameaçados pela atuação truculenta do juiz Sérgio Moro.
RFI
2 comentários:
A coitada da jornalista teve que ou vir as conversas de Faz-de-Conta da DD. e competentíssima presidentE...
Todo mundo quer aparecer dizer que o Juiz tá errado, homi vai procurar uma lavagem de roupa.
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