Explicações de Dilma para nomeação de Lula são ‘ridículas’, diz NY Times
O The New York Times classificou em um editorial neste sábado de “ridículas” as explicações de Dilma Rousseff sobre a escolha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser ministro-chefe da Casa Civil. “Surpreendentemente, ela parece ter sentido que ainda tinha capital político para gastar”, afirma o maior jornal dos Estados Unidos ao comentar a nomeação de Lula.
“Dilma Rousseff criou uma nova crise, de confiança em seu próprio
julgamento”, afirma o Times. O texto ressalta que Lula está sendo
investigado por enriquecimento ilícito. Além disso, pessoas muito
próximas a ele, como José Dirceu, estão presas, ressalta o jornal.
Se a decisão de nomear Lula “empurra os esforços de impeachment” para
mais perto, “Dilma terá só a ela mesma para culpar”, afirma o Times. A
estratégia de Dilma aumentou a insatisfação popular e levou milhares de
pessoas às ruas das cidades brasileiras, pedindo a renúncia da
presidente, afirma o Times. Ontem à noite, o ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, suspendeu a nomeação de Lula.
Com o título de “A crise política no Brasil se aprofunda”, o
editorial do Times comenta os vários desdobramentos na política
brasileira dos últimos dias, com foco na escolha de Lula para ser
ministro de Dilma. O texto destaca que o objetivo foi tentar blindar
Lula das investigações da Operação Lava Jato, que já atingiram 50
pessoas, incluindo políticos do PT e de outros partidos, ressalta o
jornal.
A explicação de Dilma para a nomeação de Lula, ressalta o Times, foi
descrita por ela como sendo uma oportunidade de trazer de volta ao
Planalto um negociador talentoso para ajudar o Brasil a lidar com uma
variedade de crises. Essa explicação, porém, é ridícula, afirma o
editorial. O texto cita que Lula é acusado de ter recebido dinheiro de
construtoras e foi levado recentemente para depor pela Polícia Federal.
Lula e Dilma, diz o Times, querem atrasar, “por tanto tempo quanto
possível”, um eventual julgamento do ex-presidente ao tentar abrigá-lo
no Planalto, com foro privilegiado.
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