Ex-prefeito Flávio Veras foi solto com base em documento falso
A entrevista coletiva se deu para explicar a investigação
de irregularidades encontradas no Município de Macau, que culminou com o
afastamento de Kerginaldo. De acordo com Afonso, o prefeito fraudou uma
portaria com a data de 12 de novembro de 2014, proibindo Flávio Veras e
os demais denunciados na Operação Máscara Negra de ter acesso às
instalações da Prefeitura.
Segundo o Ministério Público, o documento foi forjado em 27
de março deste ano, com o objetivo de embasar o habeas corpus
protocolado pela defesa do ex-prefeito, que foi aceito pelo judiciário.
Além de forjar o documento para ludibriar o Tribunal de Justiça, o
prefeito, segundo o promotor, ainda coagiu diversos servidores da
Prefeitura a darem falso testemunho para comprovar a legalidade do
documento falso.
“Foi toda uma operação para tirar o ex-prefeito da prisão,
pois a alegação para prendê-lo se deu justamente pelo acesso que ele
tinha à Prefeitura. Um fato curioso é que a secretária que assinou o
documento em março com data de novembro nem era titular da pasta no
período em que a portaria em tese teria sido publicada. Isso chamou
muita atenção”, explicou Afonso de Ligrório.
O coordenador jurídico disse que, comprovado que Flávio
Veras foi solto com um habeas corpus baseado em documento falso, o
Ministério Público ainda vai se debruçar sobre o caso para decidir a
atitude que tomará. “O caso é muito grave. Foi montada uma operação para
ludibriar o Judiciário”, enfatizou.
Flávio Veras foi preso no início deste ano acusado de
chefiar um esquema de corrupção que visava desviar dinheiro público com
contratos superfaturados de bandas para o Carnaval de Macau. Ele foi
solto após o habeas corpus embasado pela portaria que dizia que o
ex-prefeito estava proibido de ter acesso à estrutura pública do
Município.
De acordo com o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis,
todos os funcionários que testemunharam para comprovar a legalidade do
documento falso serão processadas criminalmente por isso.
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