Flávio Rocha, o pobre homem rico da Riachuelo
É um homem do nordeste. Mas seu sonho sempre foi ser um intelectual
de peso e um empresário do sudeste, uma liderança referencial, o homem
que fosse respeitado não apenas por seu dinheiro, mas por sua
inteligência.
Por isso, desde cedo aproximou-se de um brasileiro muito inteligente,
Roberto Campos, e tentou absorver sua inteligência. Nunca conseguiu,
assim como Campos também nunca conseguiu desenvolver inteligência para
ganhar dinheiro. Cada qual com sua inteligência.
Flávio escolhe argumentos como seus compradores escolhem marcas e
tipos de roupa: pela aparência. A Riachuelo vende produtos populares,
copiados das boutiques, e Flávio vende ideias banais, copiadas da
academia. Em ambos os casos, produtos meramente banais.
Só isso explica sua entrevista ao estadão,
ousando analisar a “matriz econômica” de Dilma, confundindo com as
políticas de inclusão e outras políticas sociais que, aumentando
substancialmente o mercado de consumo interno, aumentaram
substancialmente o faturamento das lojas Riachuelo, que, como ele sabe,
vendem para o mercado interno e para o público popular. E sustentando –
com a segurança dos ignaros – que um impeachment rápido é melhor do que
três anos de governo inerte.
Deve ter consultado o departamento de cobrança para confundir impeachment rápido com o Serviço de Proteção ao Crédito.
Flávio é do nordeste, a região mais beneficiada pela tal da “nova
matriz econômica”. Salário mínimo, Previdência, Bolsa Família, agentes
de saúde, Mais Médicos, as novas universidades federais beneficiaram
especialmente o nordeste. Trouxeram para a economia local um dinamismo
que se perdera desde o fim do ciclo da cana. Ele não procurou entender o
fenômeno para não ser “acusado” de ser nordestino nas reuniões sociais
com seus colegas do sudeste.
O Brasil tem poucos muito ricos que conseguem transitar pelo campo
dos negócios e dos conceitos. Não são propriamente intelectuais. Mas
sabem utilizar bem as poucas coisas que sabem – nos dizeres sábios de
Walther Moreira Salles – porque sabem focar no essencial.
É o caso de Jorge Gerdau, e sua campanha pela boa gestão. Ou os
muitissimos ricos Jorge Paulo Lehman e seus sócios, com suas fundações
focadas na educação e seus conselhos nos hábitos da discrição e no
estímulo ao empreendedorismo de mercado. Há os herdeiros do Itaú e suas
fundações exemplares e do Unibanco e a admirada intelectualidade de
seus herdeiros.
Todos conseguiram ir além do dinheiro. Flávio, não. Todos tornaram-se
cidadãos do mundo. Flávio, não. Se fossem nordestinos, tenho certeza de
que todos teriam orgulho das raízes, como Moreira Salles tinha orgulho
da cultura caipira.
Sendo do nordeste, Flávio teria um vasto campo para exercitar a visão
de país, a construção de compromissos sociais, a mobilização
modernizadora de seus pares.
Mas nunca conseguiu ir além de ser apenas um homem rico. Seu amigo
Roberto Campos condoía-se com essa impotência, essa impossibilidade que
dinheiro nenhum no mundo compra.
Luis Nassif
4 comentários:
Não conheço o dono da Riachuelo mas acredito que há exageros do Luiz Nassif. Não acredito que o dono da Riachuelo não tenha orgulho de sua naturalidad, Tasso Jeiressat também é bem sucedido e tem orgulho de sua região, domingo assisti,a Dona da Silvia Designer,no programa da Eliane e toda sua historia de infância no nordeste.Gostaria de ouvir o próprio dono da Riachuelo para poder tirar minhas conclusões. Vindo do Luiz Nassif fico com a pulga atrás das orelhas.
se flávio fosse um pouco humilde(UM POUQUINHO SÓ) seria também uma pessoa com
um "QI" para saber avaliar os períodos dos governos LULA E DILMA,porém flávio saberia reconhecer o quanto os bons feitos dos governos LULA E DILMA foram e
muito importantes para o desenvolvimento de seus negócios.
Aqui acolá você encontra um que defende o PT! (PARTIDO DOS TRAMBIQUEIRO)
Flávio rocha e um ganancioso paga um salário de miséria a seus colaboradores
Postar um comentário