FotorCreatedEm entrevista ao jornalista Alex Viana na rádio 94fm na última sexta-feira (04) o diretor da Caern. Marcelo Toscano, falava sobre a necessidade de novas adutoras de engate rápido para levar água aos municípios que sofrem com a crise hídrica.
No mesmo dia, outro veículo de comunicação local apresentava matéria sobre a lotação no hospital Walfredo Gurgel. O governador Robinson Faria pretende fazer um hospital de traumas na zona oeste ainda em sua gestão para desafogar o principal equipamento de saúde do Rio Grande do Norte.
Já a crise financeira que acomete o RN e demais estados se tornou parte da paisagem jornalística dos periódicos locais e nacionais. Enquanto outras unidades federativas, bem mais ricas que as terras de poti, diga-se de passagem, parcelam e até atrasam salários, Robinson Faria envida toda carga para pagar a folha em dia.
O que fazer diante de cenário tão adverso? Ora, às vezes, a resposta está no nosso quintal.
O Governo do RN tem aproximadamente 6 mil imóveis (equipamentos, prédios, terrenos) de patrimônio. É difícil precisar quantos exatamente utiliza e quantos são plenamente ociosos, apenas gerando um gasto de manutenção desnecessário. Seria necessário fazer um grande estudo, um censo qualificado sobre o assunto. Mas é inegável que, mesmo a olho nu, há possibilidades objetivas de desfazer de parte desse passivo, para resolver questões estratégicas.
Por exemplo, enquanto sofremos com uma seca há mais de cinco anos, agentes privados lucram com o aluguel de campos de futebol no aeroclube, que está situado em terreno público. Enquanto falta o hospital de traumas, a fazenda da emparn em Parnamirim só serve de criadouro de caranguejeira e virou esconderijo para arrombadores de residência do seu entorno. Nada há que possa ser chamado de pesquisa na vasta área (este que escreve mora próximo a referida fazenda). Não é possível deixar de mencionar ainda as pitorescas oficinas inutilizadas que se encontram ao lado colégio das neves em Natal.
São apenas três exemplos de que há sim, com racionalidade e critério, de onde tirar, além de enxugar. A Companhia de Processamento de Dados do RN – DATANORTE – responsável por cuidar desse patrimônio leva quase R$ 100 milhões de reais por ano do orçamento. Leiloando os seus penduricalhos, além do capital para investir em mobilidade e áreas sociais, o Governo do Estado ainda diminuiria sua máquina.
Essa solução não tem nada de revolucionária. A união já anunciou plano semelhante em que pretende arrecadar mais de R$ 1,9 bilhão com a iniciativa. Administrações estaduais vão numa pegada semelhante – Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, São Paulo e o Amazonas articulam projetos com a mesma linha.
O Governo do RN e a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte deveriam ser sensíveis a tal possibilidade. Afinal, quem está com sede ou precisa de um médico tem pressa. Não pode esperar.