Governo retifica decreto e devolve atribuições a comandantes militares
O governo publicou no Diário Oficial da União (DOU)
desta quinta-feira uma retificação do Decreto 8.515, publicado na
sexta-feira da semana passada. O decreto tirou poder dos comandantes das
Forças Armadas de editar atos relativos a pessoal militar, como
transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores,
intermediários e subalternos, reforma de oficiais da ativa e
transferências para o exterior. Com a correção de hoje, a competência
para esses atos fica delegada ao ministro da Defesa, mas está permitida a
“subdelegação aos comandantes das Forças Armadas”, o que na prática
devolve aos titulares do Exército, Marinha e da Aeronáutica o poder de
editar esses atos.
A publicação do texto no Diário Oficial na última sexta-feira causou
enorme insatisfação entre os militares. Esse “conserto” atende ao anseio
das Forças, mas não deixou de lado a desconfiança que tomou conta de
todos, principalmente pela forma “inábil” como foi conduzido. Publicar
um decreto deste teor, tirando poderes da cúpula militar, sem comunicar
aos comandantes foi considerável “inaceitável”. Nem mesmo o titular da
Marinha, almirante Eduardo Bacelar, que assinava o texto com Dilma, por
estar exercendo interinamente o cargo de ministro da Defesa, foi
informado que endossaria o decreto. Em momento de grave crise na
política e na economia, a presidente e seus auxiliares diretos
consideraram “absolutamente desnecessário” criar uma aresta deste tipo
com a área militar.
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