Médicos condenam liberação da maconha, mas professoras da UnB são a favor
Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não
conclui o julgamento sobre a legalização da posse de maconha para
consumo próprio, já com três votos favoráveis e nenhum contra, o assunto
foi debatido hoje (15) na Comissão de Seguridade Social e Família, da
Câmara dos Deputados, onde dois médicos condenaram a liberação da droga,
mas uma professora de direito e uma especialista em drogas da UnB
falaram a favor da medida. O objetivo do debate foi “encontrar
alternativas para a sociedade sobre o assunto”, segundo o deputado
Assis Carvalho (PT-PI), que requereu a audiência pública.
Segundo o representante do Conselho Federal de Medicina, Salomão
Rodrigues Filho, um estudo feito na Suécia, com 50 mil adolescentes,
demonstra que o uso de maconha multiplica a possibilidade de o usuário
desenvolver esquizofrenia. “Metade desses adolescentes, que não usaram
maconha, tiveram uma psicose de natureza esquizofrênica no mesmo índice
que a população geral, 1%. Para os outros 25 mil, que usaram maconha uma
vez por semana, o índice subiu para 3,1%. Então, liberar a maconha é
abrir uma fábrica de esquizofrênicos, que é uma doença incurável”, disse
Salomão.
Para ele, o consumo de drogas é o maior problema de saúde e segurança
pública no Brasil e vai estimular o tráfico de drogas no país. “A
descriminalização do porte de maconha para o próprio consumo
aparentemente não tem um significado maior, mas vai ser um divisor de
águas e vai funcionar para a população como uma liberação para o uso
geral. Não há autorização para venda, mas há para a pessoa comprar e
portar. Se tem quem compra, tem quem vende, e quem vende é o
traficante”, disse o médico.
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