Mistério sobre o primo Bin Laden ainda continua
Citando uma fonte anônima – “um aposentado oficial da inteligência”
–, Hersh afirmou na revista “London Review of Books” que, ao contrário
do divulgado pelo presidente Barack Obama na época, Osama Bin Laden já
era um prisioneiro “inválido” das forças paquistanesas desde 2006, tendo
sido mantido refém para forçar a interrupção das atividades dos
extremistas no Paquistão e no Afeganistão.
Os agentes teriam contado para os americanos sobre o paradeiro de Bin
Laden em troca de parte da premiação de US$ 25 milhões pela captura do
líder da Al-Qaeda e fecharam um acordo para que encobrir a história.
Segundo o jornalista, os oficiais paquistaneses também receberam a
garantia de que manteriam “boas relações” com os Estados Unidos. Hersh
alega que os paquistaneses ainda colaboraram com a missão
norte-americana ao cortar a energia do local.
De acordo com a versão oficial da Casa Branca, divulgada na época,
Bin Laden foi descoberto pela inteligência norte-americana e morreu em
uma missão secreta, que não era de conhecimento dos agentes
paquistaneses. Ele teria sido morto após uma intensa troca de tiros – a
versão oficial da Casa Branca sustentou que Bin Laden seria levado vivo
se tivesse se rendido.
Hersh, no entanto, afirma que o assassinato foi “absolutamente
premeditado” e que os agentes americanos receberam autorização para
matá-lo. “A verdade é que Bin Laden era um inválido”, teria dito a fonte
ao jornalista, dizendo que o alvo norte-americano não mais exercia um
posto de liderança na Al-Qaeda. “A Casa Branca teve de dar a impressão
de que Bin Laden ainda era importante operacionalmente. Senão, por que
motivo matá-lo?”
“Sem fundamento”
A Casa Branca negou na manhã desta segunda-feira (11) a reportagem de
Hersh e disse que a reportagem “não tem fundamento”. “Há muitas
incorreções e afirmações sem fundamento nessa história para esclarecer
cada uma”, disse Ned Price, porta-voz da Casa Branca.
Segundo ele, “a noção de que a operação que matou Bin Laden não foi
uma missão unilateral norte-americana é falsa”. “Como dissemos na época,
o conhecimento dessa operação foi restrito a um pequeno grupo de
oficiais veteranos dos Estados Unidos. O presidente logo decidiu não
informar nenhum outro governo, incluindo o do Paquistão, que não foi
avisado até depois da operação”, afirmou Price. “Éramos e continuamos a
ser parceiros do Paquistão no nosso esforço conjunto para destruir a
Al-Qaeda, mas aquela foi uma operação americana do começo ao fim.”
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