Renan Calheiros (PMDB-AL) se articula para ocupar a Presidência do Senado a partir de 2013, quando José Sarney (PMDB-AP) deixa o cargo. Calheiros, aliás, ajudou a consolidar uma interpretação na divisão dos cargos da casa que favorece a ele próprio. Pela tradição, a presidência do Senado cabe à maior bancada; é o critério da proporcionalidade. Mas, na divisão do comando das comissões, os blocos partidários, e não só as legendas, eram levados em conta.
Nessa intepretação, o PT poderia presidir a Comissão de Infraestrutura. Entretanto, na versão sustentada por Renan e que acabou prevalecendo neste ano, o cargo deveria ficar nas mãos do PSDB – partido com a terceira maior bancada. O peemedebista emplacou a tese de que, neste caso, o cálculo também deveria levar em conta as bancadas de cada partido, individualmente, e não o tamanho dos blocos partidários.
A jogada é preventiva: Renan tenta construir um consenso para a própria candidatura à presidência da casa daqui a dois anos. O PMDB tem a maior bancada da casa, mas o PT comanda o maior bloco partidário do Senado. De quebra, a articulação de Calheiros ainda fez um agrado ao PSDB, que conseguiu o comando da Comissão de Infraestrutura e – espera o peemedebista – retribuirá em 2013.
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