20/02/2011

CEARÁ-MIRIM, E O "LIXÃO".



Tratamento do lixo não é adequado



O funcionamento do aterro sanitário situado no distrito de Massaranduba, no município de Ceará Mirim e distante 22 quilômetros de Natal, voltará a ser questionado na Câmara Municipal, porque a empresa Braseco encarregada de sua Justificaroperação, não está fazendo todo o tratamento do lixo, principalmente, a queima do gás metano e de outros gases poluentes da atmosfera.

O diretor-presidente da Braseco, engenheiro de Minas Henrique Muniz Dantas, recebeu a equipe da TRIBUNA DO NORTE no aterro sanitário de Ceará Mirim, onde admitiu, realmente, que não está fazendo a queima do gás metano “por questão de segurança”, pois as bocas dos “flaires” - tipo de canalização que vêm do interior das células de lixos aterrados - ainda não possuem interligação com um sistema único, uma espécie de usina, em que se faça à queima do metano e outros gases.

Henrique Dantas disse que a Braseco está negociando com uma empresa estrangeira – não quis divulgar o nome porque tudo ainda está na fase inicial – para dotar o aterro sanitário de um sistema de queima do gás de forma a ser reaproveitado como gerador de energia.
Como a empresa não tem aporte financeiro para bancar o projeto sozinho, ele disse que uma associação com essa empresa estrangeira será possível captar os recursos necessários a sua implantação, cerca de US$ 2 milhões. Essa deficiência no tratamento do lixo deverá ser discutida em audiência pública proposta pelo vereador Fernando Lucena. Ele disse que já nesta segunda-feira (21), vai propor à mesa diretora da Câmara Municipal a realização de uma audiência pública para debater o que ele classifica de “crime ambiental”.

Para Lucena, da maneira que o chamado aterro sanitário está funcionando, “não passa de um simples lixão onde os resíduos sólidos estão sendo enterrados”, com apenas uma diferença do antigo “lixão” de Cidade Nova, em Natal - a ausência de urubus e catadores de lixo: “Enterrar o lixo é o mínimo, por isso o urubu vai embora”. Na opinião de Lucena, a prefeitura de Natal “está pagando uma fortuna para ter um aterro controlado”, e acusa a Braseco de estar contribuindo “para um desastre ambiental gravíssimo”, porque a produção de gás “é 90% responsável pela poluição”.

Além de não queimar o gás metano, Lucena afirma que o aterro não está realizando o tratamento adequado do chorume - líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos.
Henrique Dantas rebateu essa informação, chegando inclusive a mostrar à equipe da TRIBUNA DO NORTE os tanques para onde é escoado o chorume. Ele disse que não há problema de vazamento e que não existe nenhum furo no plastico especial que reveste a camada do solo. Segundo ele, depois de passar por decantação, o chorume volta para dentro das células, no ciclo de ida e volta para facilitar a sua depuração no interior do aterro. “

A água que a gente bebe é daqui mesmo do aterro”, contou ele, para atestar a qualidade no tratamento dado ao lixo no aterro sanitário. Na área, existes poços tubulares cuja água é testada regularmente por uma empresa de Fortaleza (CE).
Dantas ainda explicou que das duas balanças existente no aterro sanitário, só uma estava funcionando porque a outra estava aguardando reparos, mas disse que uma só dava conta do serviço, embora por ocasião da visita da equipe da TRIBUNA DO NORTE pelo menos cinco caminhões carregados de lixo esperavam passar pela balança.

A TN ouviu o Instituto Estadual de Defesa do Meio Ambiente (Idema-RN), o qual respondeu, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que vai mandar uma fiscalização para o aterro sanitário. O órgão informou, também, que a Braseco já pediu a renovação da licença ambiental e que enquanto o processo continua em tramitação, continua valendo a atual licença ambiental. Fundada em 1995, a Braseco é a empresa que opera o Aterro Sanitário da Região Metropolitana de Natal. Através de uma licitação, ganhou em 1996 a concessão para tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, em especial do município de Natal, por um período de 20 anos.

O Aterro Sanitário começou a receber lixo, efetivamente, em 25 de junho de 2004, nove anos depois de vencida a licitação, após superar uma série de entraves operacionais, burocráticos e políticos.
A falta de um local adequado para a instalação de um Aterro Sanitário em Natal levou a obra para o município de Ceará-Mirim, a 22 quilômetros da capital, em uma área com 90 hectares no distrito de Massaranduba.

TN

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse engeiro do lixão é o mesmo que o Prefeito Peixoto negociou a sua atual granja,e têm muita coisa nessa negociação...

Anônimo disse...

vcs sabem o nome de tudo isso???
Irresponsabilidade associada a incopetência somadas a omissão.
Não apenas de Antônio Peixoto, mais também da Sra. Edinólia.
Por acaso não foi apresentado um projeto para a aprovação junto aos órgãos ambientais competentes???

Irresponsabilidade quando pensaram apenas na arrecadação que o lixo possibilitaria. Alguém sabe o que é feito com os impostos pagos pelas prefeituras que ali depositam resíduos???

Incompetência, quando não apresentaram a real situação.
E quando colocam a população sob os riscos de tal problema.

Omissão, Cadê o Ministério público que não se manifestou na implantação, e muito menos neste momento!

A perspectiva futura desta nossa cidade que eu e alguns amamos, nos parece sombria.

Mudar o rumo já!

Pensador.