
Recentemente estive em minha terra natal (Ceará-Mirim), atendendo a convite de diversos músicos do nosso município. Até então, não sabia do que se tratava, mas por estarmos em pleno período eleitoral, imaginei que fosse somente uma manifestação de apoio a nossa candidatura, porém fiquei surpreso quando diversos artistas relataram a situação que estão passando atualmente, fruto do descaso e da falta de zelo por parte da prefeitura municipal de Ceará-Mirim, em relação aos artistas locais. Muitos deles afirmaram que tentam sobreviver apenas da música, em nossa opinião, algo muito nobre e que deveria obter o incentivo maciço do executivo municipal, pois a cultura também deve ser vista e aproveitada como fonte de oportunidades de geração de ocupações produtivas e de renda e, como tal, protegida e promovida pelos governos estadual e municipal.
Na esfera estadual, os artistas são jogados às traças. Os músicos não têm palco, local digno de ensaio, estúdio estatal de gravação de CD ou DVD e nem são priorizados nas principais festas, ou seja, na maioria das vezes são invisíveis. Em Ceará-Mirim, pelo que tenho acompanhado, até são priorizados nas apresentações e festas locais, mas de pouco adianta se boa parte não recebe pelo valor contratado.
Pelas informações obtidas no encontro, são cerca de seis bandas que estão sendo embromadas pela prefeitura em relação às festas realizadas no período do verão, carnaval e junino. São valores até simbólicos se considerarmos a importância que cada um tem em relação ao município, sua economia e as questões sociais, pois se não tivessem no mundo da música, em que outro mundo poderiam estar? Será que não estariam mergulhados no álcool, drogas, prostituição ou outros males como o desemprego? São jovens sonhadores e que almejam um futuro melhor por meio daquilo que mais gostam de fazer: tocar, cantar, dançar e compor, ou seja, trazer alegria. São dívidas com cifras diferenciadas, mas todas muito pequenas.
Devo informar que na qualidade de cidadão, sempre entendi que a família Melo deveria ser banida politicamente de Ceará-Mirim, por ser improdutiva ao nosso município, tanto é que na eleição passada, mesmo avaliando que o então candidato Peixoto não faria uma boa administração caso fosse eleito, mas orientei aos meus familiares e amigos a votar nele por entender que seria uma oportunidade de arriscar.
Sempre tive apreço e respeito por Peixoto e notava que havia reciprocidade, tanto é que o procurei por diversas vezes por meio de telefone para marcar uma conversa pessoalmente com o intuito de reforçar sobre a angústia e revolta desses músicos que chegaram a propor a caminhada do “calotation”. Peixoto afirmou que me receberia, sem problemas e eu acreditei, mas a prática foi outra, lamentavelmente. Sempre acreditei que toda e qualquer crise pode ser resolvida pelo diálogo, continuo crendo, por isso insisti na conversa com o prefeito, chegando a falar, por telefone, com a chefa de gabinete, o motorista do prefeito com quem deixei recado e até com a secretária de ação social (sua esposa), que demonstrou ser bastante despreparada para o cargo que exerce, chegando a ser desrespeitosa para comigo, mas infelizmente, nomeações sem critérios técnicos não podem obter outro resultado. Por um momento consegui falar ao telefone com o prefeito, mas a ligação caiu porque ele se encontrava numa área de pouco sinal, depois continuei insistindo e nada. Segundo seu motorista, ele me retornaria a ligação, mas espero até hoje. Continuo no aguardo. Na verdade, só quero ajudá-lo, pois não preciso dele para absolutamente nada.
Notei na reunião que há certo medo de vários músicos em relação ao prefeito e chego a entender, mesmo porque podem surgir perseguições, mas como não sei o que é medo, acabo de erguer bem alto a bandeira da luta em defesa do pagamento aos nossos artistas e não desistirei enquanto não tiver a certeza que todos receberam o que lhe é de direito.
De nossa parte, deixo claro que não existe qualquer confronto partidário, nem muito menos pessoal, mesmo porque não há motivos, só reivindicamos que a prefeitura pague o que deve aos músicos. No que depender de Sandro Pimentel, vamos denunciar esse desrespeito em todos os espaços possíveis. Eles não querem favor da prefeitura ou do seu prefeito, mas apenas receber pelo que trabalharam há meses.
Esse texto é público e pode ser divulgado amplamente.
Sandro Pimentel - Presidente Estadual do PSOL/RN
Contato: psolrn@yahoo.com.br
Um comentário:
Discaso mesmo.
não tem quem aguente essa situação.
os nossos artistas sofrendo por discaso, já é difícil ser artista em um lugar que não investe em cultura e as poucas oportunidades que existir servir de fonte para lezar e calotiar os mesmos. É inacreditável.
Sehores puxa-saco! Sei que irão correr para dar a notícia ao delegado, então faça-nos um favor.
Diga ao senhor polícia que tenha o minimo de respeito ao serhumano e pague o que deve, e diga mas: que se existe Deus e cremos que o mesmo existe nós o veremos pagar por tudo isso.
Onde Ceará mirim vai parar com esse "cidadão" na prefeitura?
Graças a Deus esse delegado prefeito não é filho de nossa terra. tenha a certeza que a maioria da população sente nojo de vc prefeito. espero que possamos lhe dar a resposta nas urnas e tirar de nossas vidas vc e seu deputado que nada faz por nossa terra. nosso povo é passifico e pode até ter mêdo de vc, Lembre-se disso (MÊDO), mas isso isso não é respeito nem aprovação a tudo que vc tem feito de ruim para o nosso povo.
Breve veremos vc e seu time longe d'aqui.
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