GREVE DO DETRAN

A greve do DETRAN/RN e a luta em defesa do serviço público

Por Alexandre Guedes*

A greve no DETRAN/RN continua firme. Houve duas reuniões com representantes do governo. Uma com o Secretário Chefe da Casa Civil, Dr. Leopoldo, e outra com a direção do DETRAN/RN, representado por seu diretor geral, Carlos Theodorico, além do Procurador Jurídico Marcos Vinícius.

Os trabalhadores querem que o governo defina uma proposta de data determinada para a implantação da nova tabela do Plano de Cargos e Salários, assim como o pagamento das promoções dos servidores. Quanto ao concurso público, ficou decidido que até o final do ano o processo seletivo do órgão seria concluído. Nesta quinta-feira (29), iremos com uma caravana da greve para Caicó, onde ocorre a Festa de Santana, Padroeira da cidade. Neste evento, todo o governo e a Assembleia Legislativa estarão presentes. A ideia é apresentarmos ao governador nossa reivindicação da definição do cumprimento do acordo.

O DETRAN/RN é uma autarquia muito rica, mas também muito sucateada. A falta de um concurso público traz inúmeros constrangimentos aos usuários e servidores. Ocorrem desvios de função, combinado com um número excessivo de estagiários. As empresas privadas se aproveitam dos contratos milionários, como o contrato da Interprint, que custa mais de 4,4 milhões ao ano para emissão de carteira da habilitação; a Plugtec é uma empresa de aluguel de computadores, cujo contrato mensal é de mais de R$ 155 mil, com um custo anual de R$ 1,8 milhão ao ano.

Caso o DETRAN/RN faça a opção por comprar computadores, poderá ter uma economia anual de mais de 1,4 milhão. A Sertel possui um contrato de R$ 1,9 milhão ao ano para monitoramento de semáforos, onde o DETRAN/RN já dispõe de recursos materiais e humanos para fazer esse tipo de serviço. Outra empresa que morde uma gorda fatia dos recursos públicos da Autarquia é a Jaguari, uma empresa de locação de mão de obra que dispõe de cerca de 40 funcionários que ganham um salário mínimo. Mas o contrato com o dono da empresa é milionário. Ao ano, o custo é de R$ 1,5 milhão.

Enquanto os contratos com empresas privadas são garantidos por esse governo, os trabalhadores lutam para que esse mesmo governo pague o contrato com a categoria, representado no cumprimento da Lei 424/10 que altera o Plano de Cargos e ajusta os salários dos servidores em percentuais variáveis entre 4,79% e 18%.

* Alexandre Guedes é funcionário do DETRAN/RN e candidato ao Senado FederaL - PSTU