
Empresário afirma que não vai pagar trabalhadores da usina
Afirmando que se encontra com todos os bens bloqueados por determinação judicial, o empresário cearense Manoel Dias Branco Neto declarou que não possui meios para realizar o pagamento dos trabalhadores da usina São Francisco, empregados da antiga Companheira Açucareira Vale do Ceará-Mirim, arrendada à empresa Ecoenergias. O anúncio foi feito na manhã de ontem, durante a reunião que pretendia definir como será feito o pagamento dos trabalhados, cujos salários estão atrasados há um mês, e avaliar a proposta de suspensão temporária dos contratos de trabalho.
O interventor judicial Valdécio Cavalcanti afirma que a situação da empresa ficou ainda pior. “Dias Neto disse que o dinheiro que ele dispunha e com o qual poderia pagar a folha havia sido bloqueado pela Justiça e que ele não tinha outros meios para efetuar o pagamento”. Segundo o interventor, o empresário teria inclusive declarado que procurou o juiz André Luís Pereira, da 16ª Vara Não Especializada, antes da reunião para comunicá-lo que não poderia cumprir a determinação judicial de efetuar o pagamento dos trabalhadores até o dia 5 de agosto.
Na última quarta-feira, Manoel Dias Neto recebeu uma comissão de representantes sindicais e trabalhadores após a realização de um protesto que cobrava o pagamento dos atrasados e meios dos trabalhadores manterem seus empregos. O proprietário da usina havia declarado que dispunha do dinheiro, mas que não tinha segurança jurídica para investi-lo uma vez que se encontra afastado da direção por força judicial. José Edson, diretor da Fetarn, diz que a situação é preocupante e que os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ceará-Mirim temem as reações dos trabalhadores. “Está difícil segurar o pessoal”.
Uma assembleia deverá ser realizada hoje para apresentar a situação e discutir novos encaminhamentos. O único avanço, segundo José Edson, foi o compromisso de Manoel Dias Neto em fornecer, até quarta-feira, cestas básicas de até R$ 60 para os cerca de 300 trabalhadores que ainda se encontravam trabalhando na usina. Com a negativa do empresário, a proposta de suspensão dos contratos ficou em segundo plano, mas Dias Neto teria se comprometido em aceitá-la, assim como o interventor Valdécio Cavalcanti.
De acordo com o advogado do sindicato Evânio Borges, a suspensão temporária é o melhor meio para assegurar os empregos dos trabalhadores da usina, garantindo o recebimento de verbas trabalhistas referentes a férias e 13º salário, além do levantamento do FGTS e do seguro desemprego.
# TN
3 comentários:
Acabei de receber o 2o número do jornal da Usina de Ceará Mirim. O informativo fala dos prejuízos que os plantadores de cana dos assentamentos vão ter com a interdição da usina. Acho que foi uma boa iniciativa do dono da usina em distribuir esse jornal, pois, de alguma maneira, é uma satisfação que ele dá a sociedade de Ceará Mirim. Lamento que essa briga atrapalhe tantas pessoas.
O que eu não entendo é a Justiça não enxergar que essa interdição da usina é um grande prejuízo e permitir que ela se estique por tanto tempo. Acho que o interesse em acabar com o grupo que comprou a usina é maior que do que o interesse pelo problema do povo. Cada vez mais, temos notícias nos jornais contra esse grupo. E nada se faz, de fato, para ajudar os trabalhadores a voltar a trabalhar.
A JUSTIÇA SÓ PRENDE LADRÃO DE GALINHA, ENQUANTO ESSE CHEFÃO ESTÁ COM O DINHERO DO FUNCIONALISMO DA USINA E FORNECEDORES. TODO EMPREENDIMENTO QUE ELE VÊ COM FUTURO
PROSPERO ELE SE ACHA NO DIREITO DE PROPOR COMPRA E TEM COMO COMPANHEIRO
O PREFEITO DELEGADO PEIXOTO.
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