PT e Dilma não entendem Lula
É indisfarçável a perplexidade dos petistas e dos envolvidos na campanha da candidata Dilma Rousseff com a longa ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em espichado giro pelo mundo e que se prolonga além do razoável nesta fase decisiva da briga pelo voto. Entre palpites e embaraços, as versões se sucedem e duram menos que uma rosa. E como ninguém sabe exatamente o que está acontecendo, boatos circulam nas constrangidas declarações que nada explicam.
No pomposo comando da campanha da candidata oficial, uma das mais recentes lorotas plantou a tolice de que Lula pretende licenciar-se da Presidência em setembro, portanto na reta da chegada, para dedicação à caça ao voto durante as 24 horas do dia e da noite insone, até as eleições. Para amortecer o espanto e deixar uma janela para a saída, o comando petista composto de anônimos esclarece que a licença de Lula vai depender do resultado das pesquisas lá pelo fim de agosto.
A potoca tem pernas curtas. Nas lonjuras de Nairóbi, Lula aproveitou a presença dos repórteres que o acompanham para o desmentido do mais elementar bom-senso e oportunidade. E foi claro no recado aos fofoqueiros: “Se um dia tivesse pensado em me afastar da Presidência para fazer campanha, seria para ser candidato a alguma coisa. Pois, seria leviandade achar que abdicaria de um dia do mandato de presidente para me dedicar a alguma outra coisa”. No morde e assopra, Lula repetiu que a melhor maneira de ajudar a campanha de Dilma é fazer um bom governo.
Está pronto a gravar programas de rádio e televisão, que são mais eficientes do que comícios. E foi enfático e preciso: “Não há nada mais importante para mim do que governar o Brasil até 31 de dezembro”. A candidata Dilma continua batendo os seus recordes de excentricidades, como o de guardar em casa R$ 113 mil do seu respeitável patrimônio de R$ 1,06 milhão, segundo sua declaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dilma não está passando por aperturas financeiras. Pois, o PT paga tudo: um salário e as despesas de campanha.
Antes de pegar o avião de volta ao Brasil, o presidente Lula desmentiu que pretenda trabalhar em algum organismo internacional. Não sabe ainda exatamente o que vai fazer depois de deixar o governo, em 31 de dezembro. Não quer se preocupar com isso, nem – frisou – com o processo eleitoral. Tem todo o jeito de um recado com endereço certo.
# Villas Boas-correas
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