Dor e vergonha na Santa Igreja de Cristo. Qual a sua atitude?
Nas últimas semanas, os meios de comunicação divulgaram exaustivamente vários escândalos envolvendo padres em casos de pedofilia, inclusive no Brasil. Num primeiro momento é preciso dizer que, a imprensa pode prestar um grande serviço a Igreja e a sociedade, quando denuncia aqueles que cometem tais abominações. Mas, ao mesmo tempo é preciso ficar “de olho na mídia”. Alguns meios de comunicação são claramente anti-católicos e procuram a todo custo levar a Igreja ao ridículo e ao descrédito. Note-se, por exemplo, que ao noticiar tais crimes, pouca atenção ou nenhuma é dada aquilo que o Papa e os bispos honestos estão fazendo para purificar a Igreja e punir os culpados, inclusive afastando-os para sempre do ministério sacerdotal, quando, obviamente, a acusação é provada. Outro desvio de parte da “Grande Mídia” é querer ligar a pedofilia ao celibato, omitindo que a esmagadora maioria dos casos de pedofilia se dá em pessoas não-celibatárias, boa parte até mesmo casada ou de vida sexual livre. Não posso deixar de mencionar casos de pedofilia até mesmo entre pastores evangélicos, que são pouco noticiados .A posição da Igreja fica esquecida e a maioria dos católicos fica atônita e refém das informações imediatas, porque não busca aprofundar as notícias; boa parte assiste, quase exclusivamente, a canais que nunca apresentam os milhares e milhares de padres honestos e íntegros, que são realmente homens de Deus. Quando você viu uma reportagem na TV sobre os padres que morrem na Ásia ou na África, assassinados por muçulmanos ou hindus extremistas por causa do Evangelho? Em que site você acompanha as obras sociais e a dedicação até a exaustão dos missionários na Amazônia? Que programa apresenta os verdadeiros valores do católico autentico, sem caricaturar sua fé? Você não se lembra, não é? E talvez até já tenha dito: “tá vendo o que é que esses padrecos fazem?” Pois eu lhe digo “dê a Cesar o que é de César”: aos padres maus a justa punição, mas não lance a lama podre sobre os que trabalham honestamente pelo bem a Igreja. Diante da traição vergonhosa de alguns membros do clero em relação a pedofilia ou outros delitos graves, a nossa atitude é, sem dúvida, de repudio de tais atos, de prevenção (através de uma formação nos seminários e permanente – no clero – sempre mais séria, clara e decididamente auxiliada pelas ciências médicas). Dor e vergonha é o que nós padres e bispos sentimos. Ninguém pense que o nosso sofrimento é pouco. Quando um membro de nossa família se desvia da retidão, os pais e os irmãos sofrem ao extremo. Não é diferente no caso da Família Igreja! Também os verdadeiros católicos sofrem muito por causa de uma desgraça desta, principalmente os agentes de pastoral. Qual a nossa atitude diante deste cenário nebuloso. Ficaremos intimidados e acuados? Nós padres, vamos nos calar? Os leigos vão apenas escutar sem nada dizer? É hora de reagir pacifica, corajosa e positivamente. Em primeiro lugar, no que diz respeito ao grande exército de padres no mundo, a melhor reação é, em primeiro lugar, rever qualquer atitude, comportamento, amizade, atividade que não correspondam com o sublime ministério sagrado. Para quem errou, o evangelho sempre aponta o caminho da misericórdia, sem excluir a reparação (na prisão, quando o crime é provado) e a exclusão do ministério sacerdotal. Para os católicos leigos, é indispensável mais do que nunca está com o Papa e buscar acompanhar com o olhar católico (TVs, rádios, site, revistas, jornais) aquilo que parte da mídia omite, deturpa ou negligencia. Só assim a nossa fé atravessará com firmeza a tempestade de dor e vergonha, e a primavera surgirá cheia das mais belas flores, que surgirão quando passar a “grande tribulação”.
Pe. José Lenilson de Morais
Mestre em Teologia Dogmática
Vigário paroquial de Santa Cruz
Um comentário:
O que agora chama a atenção, é que são pessoas de grau de instrução elevado, com curso superior, agora então, longe do estereótipo do “tarado” cunhado no passado e revigorado por décadas seguidas.
Abuso sexual de crianças sempre existiu mas, dos casos que chegavam ao conhecimento, era praticado por pessoas com baixo grau de escolaridade, desarranjo familiar e/ou com problemas mentais.
Sei lá… é terrível isso. Será que a pedofilia exacerbou? Se assim aconteceu, o que provocou isso? A internet, com seu poder de viralização? A televisão? A modinha de vestir as crianças como pequenos adultos?
E se a pedofilia for doença? Tem cura? É doença da solidão, do isolamento? Como tratar? Melhor: como levar alguém a se identificar pedófilo (ou identificá-lo) antes de cometer um ato criminoso?
Complicado…
Se para males de proporções maiores não temos uma medicina preventiva, o que dirá então, para um mal do qual não se conseguiria estatísticas de portadores?
Sobra então, a repressão aos elementos pegos em flagrante delito e com provas bastante que o incriminem.
Mas é pouco.
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