PAPO 10

PAPO 10ENTREVISTA SANDRO PIMENTEL, PRÉ CANDIDATO A GOVERNADOR DO RN PELO PSOL.

01 - Quem é Sandro Pimentel?

S. P. - Um cidadão que sonha com um mundo melhor, um país sem o grande abismo das desigualdades e injustiças sociais e um Rio Grande do Norte com governantes comprometidos com as políticas públicas.

Nasci, morei e estudei em Ceará-Mirim até a conclusão do Ensino Médio (ETFRN), 44 anos de idade, casado, dois filhos, servidor da UFRN, ex-militar do Exército Brasileiro, graduado em Gestão Pública pela UFRN e se especializando em Qualidade de Vida e Saúde no Trabalho. Atualmente sou Coordenador Geral do SINTEST/RN (Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior); Coordenador de Formação e Comunicação Sindical da FASUBRA (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras); Titular da CONAES - Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Superior Brasileiro, onde represento todos os trabalhadores administrativos das universidades públicas e privadas do Brasil; Titular do CONSAD - Conselho Superior de Administração da UFRN; Dirigente Nacional do PSOL e Presidente Estadual do PSOL/RN.

Disputei as eleições em 2002 (deputado estadual pelo PT), em 2006 (governador pelo PSOL) e 2008 (prefeito de Natal pelo PSOL).

Recentemente estive em Havana (Cuba), representando os técnico-administrativos das Universidades Brasileiras, no 7º Congresso Internacional de Educação do Ensino Superior e em Montevidéu (Uruguai), participando do Encontro Latinoamericano da Educação do Ensino Superior.

02 - Sandro, o seu partido não tem recursos suficientes para disputar uma eleição contra os caciques do RN. A candidatura do PSOL é para receber o voto de protesto ou para disputar realmente voto a voto com os poderosos?

S. P. - Diferentemente do que ocorrem com as candidaturas tradicionais, nossas campanhas são realizadas por meio das contribuições da militância do partido e dos inúmeros voluntários que contribuem financeiramente durante o processo eleitoral, portanto, suficiente para fazer uma campanha sem comprar cabo eleitoral ou voto.

Não estaríamos candidatos se o objetivo fosse apenas protestar, mesmo porque existem muitas outras formas de protesto. Claro, se os votos de protestos aparecem, serão muito bem vindos, mesmo porque se nossa candidatura conseguir reunir todos os votos das pessoas indignadas com a política e os políticos corruptos do RN, seremos eleitos logo no primeiro turno.

Vamos lutar pelo voto de cada eleitor que não aceita mais continuar convivendo com a contradição da maquiagem propagandista e a terrível realidade da saúde, educação, segurança, saneamento básico e política habitacional do nosso estado.

03 - Quais os projetos existentes no seu programa de governo que beneficiará o vale de Ceará-Mirim?

S. P. - Nosso programa está sendo elaborado coletivamente, mas como uma cidade de excelente potencial produtivo agrário, certamente fortaleceremos a agricultura familiar, sem esquecer que Ceará-Mirim não pode continuar sendo uma cidade dormitório, portanto, a geração de emprego e renda será uma das nossas prioridades adicionada a segurança pública. Também vamos implantar um campus da UERN em nosso município, com vistas a atender a região do Mato Grande.

04 - Quando você foi presidente do fumac (Fundação Municipal de Apoio Comunitário) em Ceará-Mirim, quais benefícios a sua gestão trouxe para nossa terra?

S. P. - O FUMAC foi uma das principais experiências que consegui obter, especialmente porque tratou de resolver questões sociais importantíssimas relacionadas às comunidades rurais do município. Durante meu período de gestão, conseguimos entregar dezenas de projetos estruturais e produtivos como: Abastecimento d’água em diversas comunidades e assentamentos, eletrificação rural, casas de farinha e tantos outros. Mas, nosso principal benefício foi reorganizar o conselho que estava inerte e trazer as comunidades para uma participação integrada e democrática.

05 - Porque você acha que merece o voto do Cearamirinense?

Ceará-Mirim é uma das cidades mais importantes do nosso estado, mas infelizmente, em toda a história do RN, somente tivemos um representante como governador que inclusive, conseguiu traumatizar o povo do estado e os cearamirinenses. Acreditamos que já é hora de Ceará-Mirim ter um legítimo representante e comprometido, no cargo máximo do estado.

Não somente por isso, mas acima de tudo porque me acho, humildemente, preparado para governar o nosso estado. Vou provar que governar não pode ser sinônimo de roubar e que o contribuinte merece respeito. Pagamos a maior carga tributária do planeta terra e nossa saúde, educação e segurança é uma desgraça. Temos 20% de analfabetos e muita gente passando fome, isso é inaceitável. O povo de Ceará-Mirim e do RN quer mudar para melhor e acredito representar essa mudança.

06 - O PT passou 20 anos criticando a situação, hoje no governo comete erros piores. O PSOL chegando ao governo vai ser diferenciado, ou vai ser um PT da vida?

S. P. - Se fosse para sermos semelhantes ao PT, estaríamos lá até hoje. Na política, só fica rico quem rouba. Nosso orçamento tem que priorizar as políticas públicas e não o propagandismo exacerbado e a avalanche de cargos comissionados em benefício de uns poucos apadrinhados. O PSOL vai chegar ao poder para fazer a diferença, por isso, não queremos chegar de qualquer jeito.

Se para governar é necessário roubar ou fazer troca-troca de cargos, prestígio e poder, preferimos ficar sem mandato.

07 - Por quê a vereadora Heloisa Helena não disputará a eleição de presidente este ano?

S. P - Porque entendemos que estrategicamente, para o fortalecimento do partido e para benefício do Brasil, é importante que nossa companheira retorne ao senado federal o mais rápido possível.

08 - Sandro, qual a sua opinião sobre os políticos que militam hoje na política no RN?

S. P. - Com raríssimas exceções, representam um verdadeiro atraso. O RN tem crescido como cauda. Ora, um exemplo disso é que TODOS os parlamentares federais do nosso estado (deputados e senadores) são contrários à aprovação da EC 29 - Emenda Constitucional 29, que estabelece a destinação de no mínimo, 10% do orçamento federal para a saúde pública, por outro lado, ganhamos um presente de grego que foi a construção de uma penitenciária federal aqui no RN. Nosso povo quer emprego e salário digno e não penitenciária.

Quem precisa de saúde pública sabe muito bem do que estou falando. Os pais que pagam valores exorbitantes para manterem seus filhos em colégios privados, também entendem o que estou falando, isso pode e deve ser diferente. Continuar com os políticos tradicionais, é manter-se atolados no retrocesso.

09 - Trace o perfíl dos seus três maiores concorrentes. Rosalba Ciarline, Carlos Eduardo e Iberê Ferreira.

S. P. - Quem conhece a política do DEM sabe muito bem do que a Rosalba será capaz, caso seja eleita. O povo ainda não esqueceu que foi no seu governo municipal que o RN e Mossoró ganharam de presente um presidiário federal. Ela está respondendo processo por improbidade administrativa e vai votar contra a EC 29.

Carlos Eduardo foi uma tragédia quando prefeito de Natal e os norteriograndenses se lembram muito bem das 8 toneladas de remédios que foram jogadas no lixo em seu governo, por estarem vencidos, absurdo.

Iberê representa a continuidade do governo de Vilma e dos casos do Foliaduto, operação Hígia e Ouro Negro, é muita denúncia de corrupção num só governo. Esses, o povo já conhece e tenho certeza que não suportam mais.

10 - Faça suas considerações finais, dirigindo-se ao eleitorado do RN.

S. P. - Agradeço e parabenizo por este importante espaço de comunicação e conclamamos ao povo de Ceará-Mirim e do RN, a fazermos uma profunda reflexão sobre nossa política regional e nossos políticos.

O RN arrecada mais de seis bilhões por ano e nosso povo vive sem saúde digna, com a quinta pior educação brasileira, crescentes índices de violência, especialmente, no tocante as mulheres e crianças, além de um déficit habitacional de 135 mil moradias, portanto, este é o momento de refletirmos se merecemos continuar a mercê dos grandes grupos políticos ou se é hora de avançarmos para uma experiência com um governo diferente e comprometido com as políticas públicas, com as causas do povo.