20/10/2022

EX-MINISTRO HENRIQUE MEIRELLES DIZ QUE PROGRAMA DE LULA PODE GERAR CENÁRIO DESFAVORÁVEL A ECONOMIA

Programa de Lula pode gerar cenário desfavorável, diz Meirelles

O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou que caso o atual programa de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja colocado em prática, com o desenho feito para os próximos anos, o cenário não deve ser favorável. Ele disse também que esse programa se assemelha ao que foi feito para o período de Dilma no Planalto.

Henrique Meirelles comentou que "é necessário entender qual linha" o ex-presidente e atual candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai adotar em relação à política econômica caso seja eleito. As declarações foram dadas em entrevista à empresa de consultoria de risco político Eurasia Group.

Meirelles, que foi candidato à Presidência em 2018, declarou apoio a Lula em setembro deste ano, antes do primeiro turno. Na época, o gesto foi encarado como um aceno ao empresariado e ao mercado financeiro. Já na entrevista desta quarta ao Eurasia, o ex-ministro fez críticas a algumas ações dos governos Lula e Dilma. Ele disse, por exemplo, que caso a guinada econômica seja feita por meio do atual programa da campanha petista, pode ser uma "má notícia".

"Nós vimos três diferentes governos de Lula. O primeiro (entre 2003 e 2006), com responsabilidade fiscal, o segundo (entre 2007 e 2010), com um certo afrouxamento no lado fiscal e mais aberto a demandas políticas. No terceiro, sem ser presidente, mas com apoio de Lula, terminamos em uma recessão. A principal questão é qual Lula vai assumir, caso ganhe", disse Meirelles.

O ex-ministro também falou que Dilma Roussef (PT) teria sido eleita pela primeira vez, em 2010, por conta dos altos índices de aprovação do então presidente Lula. "Ele decidiu apoiá-la mesmo com conselheiros afirmando (à época) que ela teria uma abordagem diferente para o lado fiscal. Como resultado, veio a recessão."

Segundo o economista, que também atuou como secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, a situação de um eventual governo Lula "depende". Para ele, caso o atual programa de campanha seja colocado em prática, como o desenho feito para os próximos anos se assemelha ao que foi feito para o período de Dilma no Planalto, o cenário não deve ser favorável. "São economistas que acreditam fortemente no papel do Estado e de estatais para o desenvolvimento."

Meirelles também afirmou que "existe um grupo de economistas mais liberais que está apoiando o candidato do PT, que se importa mais com o lado da responsabilidade fiscal." Depois da entrevista, ao comentar publicações sobre a entrevista em uma rede social, Meirelles afirmou que teria ocorrido "ruído" em algumas interpretações.

Michelle diz que Lula está com “sede de vingança”

Escalada para conter a rejeição feminina ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e para manter o diálogo com os evangélicos a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem uma extensa agenda no Estado de São Paulo junto aos cristãos, nesta quarta-feira (19), usou o altar no primeiro evento do dia para criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a esposa do presidente da República, Lula está tentando voltar ao poder com "sede de vingança, sangue nos olhos".

Segundo Michelle Bolsonaro, Lula estaria com uma "lista" dos que "se levantaram contra ele" para prendê-los. "Nós, como cristãos, sabemos que não estamos lutando contra homem e mulheres, estamos lutando contra principados e potestades das trevas", disse.

"Nós estamos aqui para lutar pela nossa nação brasileira, nós estamos aqui para lutar pelo nosso Brasil, para que esse câncer, esse partido das trevas se dissipe, saia da nossa nação", continuou sobre os adversários, dizendo que a campanha é uma luta pela "liberdade de expressão e liberdade religiosa", repetindo que partidos de esquerda têm como objetivo minar a atuação das igrejas no País.

Ao eleitorado, Michelle também voltou a defender o marido e seus hábitos. "Bolsonaro é tão imperfeito quanto eu e você, mas vocês podem ter certeza que é um homem temente a Deus, patriota", disse. Sobre os hábitos do chefe do Executivo visto com maus olhos pelo eleitorado, como o de falar palavrão, a primeira-dama disse que dá "broncas" em Bolsonaro, mas que ele é um homem de outra geração. "Eu brigo, mas é o jeito dele, é uma outra geração, tem 67 anos", disse. Michelle então pediu que os cristãos sejam "multiplicadores de voto", saindo da "zona de conforto" para conseguir votos para o presidente.

A senadora eleita Damares Alves (Republicanos) também discursou no evento. A senadora, que atuou como ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, focou o discurso nas críticas contra a defesa de adversários a flexibilização do aborto e da liberação das drogas.

TN

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