Pegos dormindo, dois médicos são presos em flagrante em Joinville
Dois médicos foram presos em flagrante durante a operação que apura fraudes no registro do ponto eletrônico no Hospital Regional de Joinville, no Norte do Estado.
Segundo o delegado Rafaello Ross, que acompanha a ação, os profissionais foram encontrados em casa, dormindo, ao invés de estarem trabalhando na unidade.
Batizada de Ponto Fraudado, a operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (15) por equipes da DIC (Divisão de Investigação Criminal) e do Gaeco.
A ação investiga ao menos 11 profissionais suspeitos de registrar as digitais e saírem do hospital sem cumprir a jornada integral de trabalho, voltando apenas ao fim do expediente para marcar a saída.
Médicos têm faixa salarial entre R$ 9 e 20 mil
Segundo Ross, as investigações tiveram início em setembro, após o próprio hospital denunciar a conduta dos profissionais.
“Com isso, fizemos um monitoramento de campo durante 45 dias, onde percebemos que de fato os médicos registravam o ponto de entrada e, logo depois, saíam para fazer atividades particulares, como compras, iam para clínicas particulares ou faziam atividades esportivas. No final do expediente, eles retornavam apenas para registrar a saída”, explica.
Ainda segundo o delegado, alguns dos envolvidos chegaram a receber hora extra e adicional noturno, sem efetivamente ter cumprido a carga horária estipulada. Os profissionais seriam concursados e tinham uma faixa salarial entre R$ 9 e 20 mil.
Suspeitos foram presos em casa
Após as investigações, a polícia representou pelos mandados de busca e apreensão, a fim de angariar provas que comprovassem a conduta. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados nesta manhã e duas prisões em flagrante por falsidade ideológica.
“Durante o cumprimento, percebemos que dois médicos estavam com o ponto em aberto, ou seja, em tese eles teriam que estar trabalhando. Entretanto, estavam em casa, dormindo, razão pela qual foram autuados em flagrante”, reitera.
Agora, a polícia irá colher o depoimento dos suspeitos e concluir o inquérito, para que seja enviado ao judiciário. Ao fim da investigação, eles devem responder por falsidade ideológica. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Hospital acompanha as investigações
Em nota, o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt informou que, com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde, procurou os órgãos competentes para investigar o caso após denúncias de que servidores registravam a entrada e a saída no hospital, mas não permaneciam trabalhando na unidade.
Além disso, o hospital e a SES afirmaram que colaboraram com as investigações, disponibilizando o acesso ao ponto eletrônico e imagens das câmeras de segurança da instituição.
Veja a nota na íntegra:
“O Hospital Regional Hans Dieter Schmidt informa que na manhã dessa terça-feira (15) foi deflagrada uma operação para verificar irregularidades com relação ao registro de ponto de alguns profissionais médicos na instituição.
O Hospital Regional com apoio da Secretaria de Estado da Saúde procurou os órgãos competentes para investigação após receber denúncias de que alguns servidores registravam entrada e saída no hospital, porém, não permaneciam trabalhando na instituição. A ação organizada pelo GAECO resultou no encaminhamento de profissionais para oitivas.
Tanto a Secretaria de Estado da Saúde quanto o HRHDS estavam cientes da operação e colaboraram durante toda a investigação, disponibilizando acesso ao ponto eletrônico de servidores e imagens das câmeras de segurança da instituição”
*Com informações da repórter Kelly Borges, da NDTV
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