Derretimento de gelo na Groenlândia atingiu ponto irreversível, diz estudo
As camadas de gelo da Groenlândia encolheram a um ponto irreversível, segundo dados publicados nesta semana na revista científica Nature Communications Earth & Environment.
Esse derretimento já está fazendo com que os oceanos subam cerca de um milímetro em média por ano, tornando a Groenlândia a maior responsável por essa elevação. Em julho, o gelo marinho polar atingiu sua menor extensão em 40 anos.
Se todo o gelo da Groenlândia for eliminado, a água liberada elevaria o nível do mar em 6 metros, em média – o suficiente para inundar muitas cidades costeiras ao redor do mundo. Esse processo, porém, levaria décadas.
De acordo com o estudo, o derretimento ocorre independentemente da velocidade com que o mundo reduz as emissões que causam o aquecimento global.
Os cientistas estudaram dados de 234 geleiras em todo o território ártico ao longo de 34 anos, até 2018, e descobriram que a neve anual não era mais suficiente para reabastecer as geleiras com neve e gelo perdidos no derretimento do verão.
"A Groenlândia vai ser o canário na mina de carvão, e o canário já está praticamente morto neste momento", afirmou um dos autores do estudo, o glaciologista Ian Howat, da Ohio State University, fazendo referência ao uso de pássaros em minas para indicar os níveis de oxigênio.
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