DEFICIÊNCIA:
E EU COM ISSO?
Professora
Margareth Pereira
Nesta semana, inicia-se
a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla de 21 a 28
de agosto e a APAE/ceará-Mirim já montou
uma programação muito bacana, para que todos participem efetivamente.
Particularmente, ao
refletir sobre a concretização de uma semana como esta, e tudo que foi
realizado na APAE este ano, não deixo de me reportar também ao dia em que
cheguei àquela instituição para trabalhar. É verdade que inicialmente eu não
compreendia muito bem porque estava ali, afinal tenho sobrinhos que já tem a
APAE como segunda casa há mais de vinte anos e, confesso que nunca me envolvi
diretamente com esta instituição a não ser com contribuições esporádicas. Mas
para os que acreditam como eu na palavra de Deus: “tudo concorre para o bem
daqueles que amam a Deus”. Hoje sei que não estamos ali por acaso. São
quase dois anos que trabalho na Apae/ Ceará-Mirim e cada vez mais me
convenço de que não somos nada, mas mesmo em nossa insignificância como pessoa,
temos muito a fazer por aqueles que recebemos naquela instituição. Não apenas
nós que lá estamos diariamente, mas
todas as pessoas cearamirinenses. Não me refiro apenas a doações financeiras,
mas à doação do nosso tempo, pois quem tem habilidades com artesanato, pintura
ou mesmo atividades artísticas poderiam estar doando algumas horas semanais ou mensais não sei, vai depender de
cada um, para melhorar a qualidade de vida de nossos alunos. O que sabemos de
fato é que as dificuldades são muitas e os recursos escassos.
Mesmo assim quero
felicitar a Presidente Ana Teresa Ramalho que tem sido uma batalhadora
incansável para ver a APAE funcionando bem.
Não só ela, mas os professores, as supervisoras, os pais que, diante da luta
diária, não se deixam abater. São pessoas que vivenciam um cotidiano onde não se
tem recursos voltados para o material
pedagógico. Mas há ali crianças e jovens que tem a APAE como a única porta de
acesso ao mundo, por já estarem lá a cerca de dez, quinze anos ou mais. Muitos
deles são pessoas que poderiam estar sendo úteis no mercado de trabalho, mas
não estão tendo essa oportunidade.
Por isso, a Semana
Nacional da Pessoa com deficiência Intelectual e Múltipla, este ano traz como
sub tema a seguinte reflexão: “Queremos uma igualdade que reconheça as
diferenças e uma diferença que não produza desigualdades”. Pensando sobre isso me recordo também do
poema “Deficiências” de Mário Quintana que nos faz enxergar que, diferentemente
do que achamos, não somos tão normais assim como supomos ser e que as
desigualdades são difíceis de serem gerenciadas por nós diariamente, sem
especificamente convivermos com pessoas deficientes. Então, procuremos encarar
a vida e as pessoas de igual para igual, pois estar vivo já é o melhor presente
que poderíamos receber de Deus.