PF segue na captura de “pai da urna eletrônica”, que em 2022 foi recebido com honras no TSE, por Moraes
A Polícia Federal não conseguiu localizar Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, um dos dez alvos de mandados de prisão domiciliar expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes. Os mandados foram emitidos na sexta-feira (27), relacionados a processos em andamento no Supremo Tribunal Federal.
Segundo informações obtidas, a defesa de Rocha comunicou às autoridades que o engenheiro não mora mais no endereço onde a PF realizou as buscas e ainda não informou sua atual localização. Caso não se apresente voluntariamente, ele poderá ser declarado foragido, o que pode resultar na conversão da prisão domiciliar cautelar em preventiva.
Rocha foi condenado a cumprir 7 anos e 6 meses em regime de prisão domiciliar. A sentença está relacionada ao estudo técnico que elaborou a pedido do Partido Liberal questionando os resultados das eleições de 2022. O STF considerou que o relatório, apesar do reconhecido conhecimento do engenheiro sobre sistemas de votação eletrônica, não apresentava fundamentação técnica adequada.
O ex-assessor internacional Filipe Martins também está entre os alvos dos mandados de prisão domiciliar, junto com outros oito condenados no mesmo processo relacionado ao que foi caracterizado como trama golpista. A decisão judicial ocorreu após Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, tentar fugir.
Moraes justificou a medida citando risco de fuga, mesmo que os alvos não tenham violado medidas cautelares anteriormente impostas. A decisão tem provocado questionamentos no meio jurídico quanto à sua fundamentação e legalidade.
O advogado constitucionalista André Marsiglia criticou a abordagem do ministro, classificando-a como "fórmula medieval" por punir indivíduos por ações cometidas por terceiros. Ele mencionou casos semelhantes envolvendo familiares de figuras públicas, como a esposa de Alexandre Ramagem, a mãe de Carla Zambelli e a filha de Oswaldo Eustáquio.

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