30/12/2025

O SBT PARA NÃO 'QUEBRAR' VOLTA A SE ENDIREITAR

O Grito das Afiliadas: Como a queda de audiência forçou o SBT a se reaproximar de Nikolas e da base bolsonarista

O ano de 2025 será lembrado como o “ano tenebroso” para o SBT. Após a morte de Silvio Santos, a nova gestão tentou modernizar a grade com programas como o Chega Mais e o Eita Lucas!, mas o resultado foi uma debandada do público tradicional. Em dezembro de 2025, a emissora atingiu recordes negativos, sendo frequentemente ameaçada pela Band e consolidando-se em um quarto lugar distante do streaming e da Record.

O Motivo do Desespero: Números que Assustam

A perda de audiência não foi apenas um “susto”. Em alguns sábados de dezembro, o SBT registrou médias históricas de 1,9 ponto, o nível mais baixo desde a fundação da emissora.

O Erro de Cálculo: Analistas apontam que o SBT tentou “imitar a concorrência” ao adotar pautas progressistas ou formatos muito sofisticados, esquecendo o seu DNA popular e conservador.

A Crise das Afiliadas: Diretores de afiliadas em todo o Brasil pressionaram a cúpula em São Paulo, relatando que o público do interior (agronegócio e famílias tradicionais) parou de assistir ao canal.

O Aceno à Direita: Nikolas Ferreira e o “Realinhamento”

Para conter a sangria, o SBT iniciou um movimento nítido de “re-direitização”. Recentemente, o deputado Nikolas Ferreira utilizou suas plataformas para pedir publicamente um “realinhamento editorial” ao SBT, alegando que a emissora estava perdendo sua essência ao dar palanque a figuras do atual governo e do STF (como Alexandre de Moraes) em eventos institucionais.

O SBT reagiu de forma estratégica:

Espaço para Conservadores: A emissora começou a abrir mais espaço para vozes como Caio Coppolla no SBT News e a reforçar o tom “lei e ordem” no programa Tá na Hora.

O “Efeito Ratinho”: Ratinho tornou-se o principal interlocutor dessa reconquista, servindo de ponte entre as herdeiras de Silvio Santos e líderes da oposição, como Flávio Bolsonaro.

O Fator Patrocínio

O desespero financeiro também impulsiona essa mudança. Grandes patrocinadores do agronegócio e do setor varejista, que formam a base econômica do público de direita, começaram a sinalizar que não renovariam cotas para 2026 caso o SBT continuasse em sua “crise de identidade”. Reconquistar a direita, portanto, não é apenas uma escolha ideológica, mas uma estratégia de sobrevivência comercial.

Conclusão: O Desafio de 2026

A “Operação Resgate” da audiência conservadora é a última cartada de Daniela Beyruti para evitar que o SBT se torne uma emissora irrelevante. O retorno de clássicos como Chaves e o investimento em um jornalismo mais combativo são os pilares dessa nova fase. O SBT entendeu, da maneira mais dura, que na guerra do controle remoto, quem manda é o público fiel que Silvio Santos cultivou por décadas — e esse público exige respeito aos seus valores.

hotnews247hz.com

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