03/11/2025

RESUMO DE NOTÍCIAS


*O RN desperdiçou 21% da energia eólica e solar que produziu em 2025. Isso mesmo: enquanto o estado lidera o país em geração de energia renovável, 6.897 GWh foram literalmente jogados fora nos primeiros nove meses do ano, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgados pelo Novo Notícias. O termo técnico é “curtailment”, mas pode chamar de desperdício, falha estrutural e política em um só pacote. O problema é claro: a rede elétrica não aguenta o crescimento da geração limpa. Entre 2022 e 2025, mais de 65% dos cortes ocorreram por falhas elétricas. Especialistas alertam: sem infraestrutura adequada, projetos ficam ameaçados e toda a cadeia de energia renovável na região Nordeste sofre. O presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), Darlan Santos, explicou que o Nordeste precisa deixar de ser só gerador e virar também consumidor inteligente de energia limpa, atraindo indústrias e investimento. Para tentar frear o caos, o recente Leilão de Transmissão 4/2025 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), do último dia 31 de outubro, promete R$ 805 milhões em obras no RN, gerando 2.299 empregos e reforçando a rede com subestações estratégicas, como a 500 kV Açu III e João Câmara III. Mas, para especialistas, é um remendo tardio diante de tanto desperdício e da insegurança jurídica que ameaça investimentos. O paradoxo do RN é cruel: líder em energia eólica, com 412 empreendimentos e 12,2 GW de potência instalada, o estado vê sua “riqueza limpa” escorrer pelo ralo. Enquanto isso, o resto do Brasil avança com integração e consumo estratégico, e governadores e presidentes parecem apenas assistir o prejuízo crescer.


*O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, saiu em defesa da Operação Contenção, ação policial que deixou mais de 120 mortos na semana passada. Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que a intervenção foi necessária diante das barricadas montadas por criminosos do Comando Vermelho (CV) perto de escolas e postos de saúde. A audiência entre Castro e o ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF das Favelas, aconteceu nesta segunda-feira (3), no Rio. O governador explicou que os confrontos foram concentrados em áreas de mata para evitar tiroteios próximos a áreas residenciais e proteger a população. Segundo Castro, o Estado precisou agir contra uma facção de “perfil narcoterrorista”, exercendo o que chamou de “poder-dever de proteção da sociedade”. Para ele, a operação respeitou o Estado de Direito, a legalidade e a defesa da vida, ao mesmo tempo em que reafirmou o compromisso das forças de segurança com a transparência e os direitos humanos. A declaração de Castro reforça a postura firme de seu governo no enfrentamento do crime organizado no Rio, em contraste com a visão de setores críticos que questionam operações de grande impacto. Para o governador, medidas duras são a única saída para conter a escalada de violência nas comunidades dominadas pelo CV.


*O Príncipe William chegou ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira (3) e já começou a ser paparicado como estrela internacional. Logo após desembarcar, o herdeiro do trono britânico recebeu a chave da cidade das mãos do prefeito Eduardo Paes, em visita ao Morro da Urca, ao som de chorinho com a clássica “Brasileirinho”. No encontro, conversou sobre o Prêmio Earthshot, o chamado “Oscar da Sustentabilidade”, que reconhece soluções para problemas climáticos globais. William também conheceu o Maracanã, onde ganhou uma camisa da Seleção Brasileira com seu nome e o número 2 nas costas, autografada por Cafu, capitão do pentacampeonato de 2002. Diretores de Flamengo e Fluminense apresentaram o estádio ao príncipe, que ainda aproveitou para se encontrar com jovens do projeto social da Vila Olímpica Artur da Távola, em Vila Isabel. Torcedor do Aston Villa e presidente da Federação Inglesa de Futebol desde 2006, William não perde final da copa inglesa e tem paixão declarada pelo futebol. No Rio, mostrou interesse em conhecer a cultura local e o legado esportivo brasileiro, reforçando sua agenda internacional com toque de simpatia. Após a passagem pelo Rio, o príncipe segue para Belém, onde participará da Cúpula de Líderes Mundiais da COP30, representando o pai, Rei Charles III. O evento acontece dias antes da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, colocando William no centro das discussões globais sobre sustentabilidade e inovação.


*Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, morreu no último dia 27 de outubro, apenas 74 dias após ser absolvida por um júri no Rio Grande do Sul depois de passar seis anos presa preventivamente acusada de envolvimento no homicídio de Daniel Gomes Soveral, ocorrido em 2018, em Salto do Jacuí, no Noroeste gaúcho. A jovem foi vítima de um câncer no colo do útero diagnosticado enquanto ainda estava detida. Damaris foi presa em agosto de 2019 e ficou encarcerada até março de 2025, quando teve a prisão convertida em domiciliar por piora de seu quadro de saúde. Mesmo com problemas como dores e sangramentos, os pedidos de revogação da prisão dela foram negados pela Justiça sob o argumento de que não havia “demonstração suficiente de a ré estar extremamente debilitada por motivo de doença grave”. – Fiz petições manifestando que ela estava tratando câncer e precisava transitar por hospitais. Ainda, havia a oscilação do peso. Pedi remoção da tornozeleira, mas nenhum desses pedidos foi atendido. Ela foi submetida a raio-x, exames, tudo com tornozeleira – afirmou a advogada Rebeca Canabarro, que representou a jovem. O Ministério Público acusava Damaris de ser uma das responsáveis pela morte de Daniel, ocorrida em novembro de 2018. O órgão alegava que ela teria atraído a vítima até o local do crime, em Salto do Jacuí, no Noroeste gaúcho, a pedido dos demais acusados. A defesa, porém, apontava que a ré teria apenas informado ao namorado que tinha sido estuprada pela vítima e que o namorado então agiu por conta própria. O julgamento de Damaris aconteceu em agosto de 2025, ocasião em que ela foi absolvida de todas as acusações por negativa de autoria, quando o júri reconheceu que não havia provas que a ligassem ao crime.


*O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para o dia 14 de novembro o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo. O caso será analisado pela Primeira Turma da Corte, em plenário virtual. A denúncia acusa os dois de coação no curso do processo, por supostamente atuarem nos Estados Unidos para impedir o julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Se a denúncia for aceita, ambos se tornarão réus. Os ministros terão até 25 de novembro para registrar seus votos. A defesa de Eduardo está sob responsabilidade da Defensoria Pública da União (DPU), já que o parlamentar não foi localizado para ser notificado oficialmente. A DPU pede que a denúncia seja rejeitada, argumentando que as falas do deputado representam o “exercício legítimo da liberdade de expressão e do mandato parlamentar”. Na peça de defesa, a DPU afirma que Eduardo não tem poder para interferir na política externa dos Estados Unidos, nem para determinar sanções econômicas ao Brasil. – O denunciado não tem poder de decisão sobre a política externa dos Estados Unidos. Não integra o governo norte-americano – diz o texto.

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