01/11/2025

O CONTINENTE SITIADO PELO TRÁFICO DE DROGAS - 'A GUERRA NÃO DECLARADA'

A guerra não declarada: O continente sitiado pelo tráfico de drogas

A América do Sul vive um dos momentos mais tensos de sua história recente. Sob o peso de crises políticas, narcotráfico e disputas de poder, o continente tornou-se palco de uma escalada geopolítica que envolve o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o venezuelano Nicolás Maduro, o colombiano Gustavo Petro e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

No centro do tabuleiro, o Cartel de los Soles — suposta rede de narcotráfico controlada por oficiais do regime chavista — reacende temores de uma intervenção americana, enquanto facções como o PCC e o Comando Vermelho expandem suas operações além das fronteiras brasileiras. A combinação de pressões militares, disputas diplomáticas e fluxo incessante de drogas forma um caldeirão pronto para explodir das fortalezas coloniais de Cartagena às selvas amazônicas compartilhadas por Brasil e Venezuela.

A crise ganhou corpo em agosto de 2025, quando Trump ordenou o envio de navios de guerra, submarinos e mais de 4.500 militares para o Caribe, sob o pretexto de combater “cartéis terroristas”. O principal alvo: o Cartel de los Soles, que Washington acusa Maduro de chefiar pessoalmente.

Entre setembro e outubro, ataques aéreos a embarcações suspeitas de tráfico resultaram em 37 mortos, segundo a imprensa colombiana. Trump classificou as ações como parte de uma “guerra armada contra o narcotráfico”, prometendo “fogo e fúria” se Maduro não recuar.

Analistas, porém, veem além do discurso antidrogas: o deslocamento de caças F-35 para Porto Rico e os exercícios navais nas imediações da Venezuela sugerem uma estratégia de mudança de regime, reminiscente das tentativas fracassadas de 2019.

Maduro reagiu mobilizando 15 mil soldados para as fronteiras com a Colômbia, além de milícias civis e voluntários. “Não há como invadir a Venezuela”, declarou o presidente, enquanto o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, advertia: “Preparem-se para o pior”.

O regime realizou exercícios com sistemas S-300 russos e simulacros de defesa aérea, numa tentativa de dissuadir ataques e reforçar a coesão interna após as eleições de 2024, amplamente contestadas.

Apesar de figurar como a 50ª força militar do mundo segundo o Global Firepower Index, a Venezuela enfrenta limitações logísticas graves, o que a tornaria vulnerável a uma campanha de mísseis de precisão.

No epicentro diplomático está Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda da história colombiana. O ex-guerrilheiro denunciou os ataques americanos como “assassinatos extrajudiciais de jovens pobres” e pediu à ONU que investigue Trump por crimes internacionais.

A resposta da Casa Branca foi imediata: Trump chamou Petro de “traficante ilegal de drogas”, suspendeu bilhões em ajuda militar e econômica à Colômbia e ameaçou tarifas sobre café e flores. Petro reagiu revogando o visto de Trump para colombianos e mobilizando tropas na fronteira.
“Não somos colônia de ninguém”, afirmou o presidente, ecoando a retórica anti-hegemônica que o consagrou.

A Colômbia, maior produtora de cocaína do mundo, é peça-chave da crise. O Departamento de Estado dos EUA acusa Petro de falhar no combate às plantações e de permitir a expansão de grupos como o ELN, responsável por massacres como o de Catatumbo, em janeiro.

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