Professora Ana Amélia Bezerra
Texto: Gerinaldo Moura da Silva
Foto: Arquivo da família
Ana Amélia Bezerra, nasceu em Natal no dia 06 (seis) de junho de 1941. Ela é filha do senhor Severino Nestor Bezerra e da senhora Maria Carlos Bezerra, tendo ainda na família mais dois filhos: Sizenando Bezerra de Andrade e Maria Amélia Bezerra.
Ainda criança, Ana Amélia veio morar em Ceará-Mirim e como já estava em idade escolar, foi matriculada no Colégio Santa Águeda, onde cursou o Ensino Primário sendo transferida em seguida para estudar no Grupo Escolar Barão de Ceará-Mirim, onde cursou o Ensino Ginasial.
O passo seguinte foi se matricular no Instituto Presidente Kennedy, em Natal, para fazer o Curso Normal, tendo em vista as poucas condições financeiras para fazer o Curso Pedagógico no Colégio Santo Águeda.
Para custear suas viagens diárias a Natal, o senhor Severino Nestor, seu pai, recorreu ao empresário e proprietário da Empresa Brandão, o senhor Cleto Brandão para que Ana Amélia viajasse todos os dias, porém, com a condição de efetuar o pagamento apenas no final do mês, o que foi aceito.
A professora Ana Amélia Bezerra ingressou através de concurso no quadro de funcionários do Estado do Rio Grande do Norte, no ano de 1968, quando era governador do Estado o Monsenhor Walfredo Gurgel.
Com o resultado de sua aprovação, Ana Amélia foi convocada e encaminhada para lecionar na Escola Estadual Enéas Cavalcanti onde permaneceu por todo o seu período de trabalho, até completar os 25(vinte e cinco) anos e a merecida aposentadoria, que aconteceu em 1993.
Alguns fatos relacionados à professora Ana Amélia, marcaram sua trajetória no Magistério, e dentre eles, está o fato de ela nunca ter faltado a um só dia de aula, durante o período em que lecionou. Não teve uma só ausência, que fosse justificada por atestado médico ou outro documento. Sua presença em sala de aula era garantida até mesmo nos períodos de paralisação grevista.
Dessa época, conta-se que a greve no Estado estava bastante firme. Quase todas as escolas paradas. Os professores da Escola Estadual Enéas Cavalcanti se reuniram com a direção para comunicar que no dia seguinte iriam aderir ao movimento. Ana Amélia foi comunicada da reunião, mas permaneceu com seus alunos.
Com a decisão unânime em prol da paralisação, ela foi chamada à sala da gestora e uma professora ficou com os seus alunos nesse intervalo de tempo. Aproveitando-se da ausência de sua professora titular, disse aos alunos que todos estariam em greve e que eles ficassem em casa pois a escola não iria abrir.
Ana Amélia comunicou á gestora que daria aula e que se a escola estivesse fechada, iria buscar a chave, e seus alunos não ficariam sem aulas. Ao retornar, soube pelos alunos o que a professora havia dito. Ela desmentiu e conclamou a todos para que comparecerem, inclusive informando sobre uma possível avaliação.
No dia seguinte, a escola estava aberta e seus alunos chegaram para assistir as aulas. Na renovação das matrículas, a confusão foi grande para atender à demanda de pais que exigiam a vaga de seus filhos com a professora Ana Amélia.
Interessante relatar, que antes de lecionar, Ana Amélia trabalhou um período na SUCAM, mas deixou o emprego por dois motivos: estava há 06 (seis) meses sem receber seu salário e ainda precisava cuidar de seu pai, que estava doente,
O estado de saúde de seu Severino Nestor, também a fez mudar o seu horário de trabalho, pedindo para dar aulas no turno noturno, podendo se dedicar a ele durante o dia.
Essa sua dedicação à família se estendeu aos sobrinhos Antonio Carlos Bezerra Martiniano e Ana Carla Bezerra Martiniano Guimarães, cuidando dos dois com total carinho e esmero, investindo inclusive na educação dos mesmos, oferecendo sempre o melhor que podia, dentro de suas todas as suas possibilidades.
Hoje aos 84 (oitenta e quatro) anos, Ana Amélia vem passando por um problema de saúde e seu maior ressentimento é o de nunca ter recebido por parte da escola em que trabalhou, um gesto de reconhecimento pela sua dedicação e seu trabalho. Sua assiduidade e compromisso com seus alunos.
No ano de 2016, a ACLA – Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes prestou uma homenagem à dedicada professora Ana Amélia Bezerra, com uma publicação de sua biografia em suas redes sociais.
#Por Gerinaldo Moura

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