Governador do RJ quer o Comando Vermelho na lista de terroristas dos EUA
O governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), está à frente de uma articulação internacional para que os Estados Unidos reconheçam o grupo Comando Vermelho (CV) como organização terrorista. A mobilização dura ao menos seis meses e conta com o apoio de outros governadores alinhados à direita.
O plano prevê que, ao assumir essa classificação, os EUA possam impor sanções econômicas ao CV, numa lógica similar à aplicada a cartéis como o mexicano Los Zetas ou o venezuelano Tren de Aragua. No início deste ano, o governo fluminense enviou um relatório à Embaixada dos EUA intitulado Análise Estratégica: Inclusão do Comando Vermelho nas listas de sanções e designações dos EUA, no qual classifica o CV como “sofisticada, transnacional e brutal”.
Segundo o documento, a qualificação como “terrorista” facilitaria extraditar líderes do CV que estariam escondidos em países vizinhos como Paraguai e Bolívia. Além disso, permitiria cooperação direta com agências como Interpol, Drug Enforcement Administration (DEA), Federal Bureau of Investigation (FBI) e a Organização das Nações Unidas no combate ao tráfico de drogas e armas pesadas. O relatório ainda afirma que sanções alcançariam empresas de fachada e aliados financeiros do CV fora do Brasil.
Por outro lado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva resiste à ideia. A avaliação é de que a medida pode gerar risco a bancos brasileiros envolvidos, ainda que de forma indireta, com contas sob investigação, e que a inclusão de instituições financeiras no sistema de sanções poderia levar à expulsão do Brasil da rede global de pagamentos SWIFT. Também há receio de que os EUA usem a classificação para justificar intervenções em território brasileiro.

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