Governo Lula pode proibir a produção de tilápia
A possível inclusão da tilápia na lista de espécies exóticas invasoras, proposta pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), tem causado apreensão e críticas entre produtores, representantes do agronegócio e parlamentares. Esses grupos enxergam risco de paralisação para grande parte da piscicultura brasileira.
A reunião da Conabio, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, apresentou em 3 de outubro a sugestão de enquadrar a tilápia na mesma categoria do javali, cuja estratégia de controle oficial envolve erradicação.
A votação da proposta está marcada para 8 de novembro. Caso aprovada, a medida pode afetar até cerca de 70% da produção nacional de peixes cultivados.
A tilápia, originária da África, é criada no Brasil há mais de duas décadas sob normas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e licenciamento ambiental.
Em 2024, a produção nacional atingiu 662,2 mil toneladas, representando mais de dois terços da piscicultura. O Paraná lidera com 36% do total da espécie. No total, o Estado sulista responde por 25% do pescado cultivado no país.
O setor engloba desde pequenas propriedades até frigoríficos, fábricas de ração e exportadores.
De 2023 para 2024, o Paraná registrou aumento de mais de 90% no valor e aproximadamente de 70% no volume das exportações de tilápia, consolidando o peixe como importante commodity agrícola.
Ex-ministro critica proposta
Ao criticar a proposta, o ex-ministro da Agricultura e atual colunista da Revista Oeste, Antonio Cabrera, classificou a medida como uma “tragédia”.
“Lewis Carroll produziu o clássico da literatura infantil chamado Alice no País das Maravilhas“, disse Cabrera a Oeste, nesta quinta-feira, 23. “No Brasil, o governo federal está escrevendo a tragédia do ‘Agricultor no País das Desgraças’.”
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